Um safety-car causado por uma peça caída do carro de Vitantonio
Liuzzi alterou o rumo do GP da Hungria deste domingo (1º) — pelo menos
em seu ganhador.
Se a vitória estava só esperando Sebastian Vettel cruzar a linha de
chegada, caminhou bonita para os braços de Mark Webber, que se
beneficiou de um drive-through aplicado ao companheiro de Red Bull e de
uma estratégia diferenciada de paradas.De quebra, Webber ainda se aproveitou do abandono de Lewis Hamilton e
de um parco oitavo lugar de Jenson Button para assumir à liderança do
Mundial, com 161 pontos. Nada mal para aquele que se sentiu segundo
piloto corridas atrás em SilverstoneA corrida também ficou marcada pela disputa nas voltas finais pelo
décimo lugar entre Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Além da
rivalidade histórica inefável, a ultrapassagem do brasileiro foi
marcada por sua ira: o alemão quase o jogou no muro da reta principal
de Hungaroring. A história – Vettel começou fazendo algo incomum, dadas as suas últimas corridas: uma boa largada. O alemão manteve o primeiro lugar,
o que seria importantíssimo, já que quase não há pontos de
ultrapassagem em Hungaroring. Massa segurou a quarta posição, mas
Hamilton foi ultrapassado por Petrov na primeira curva.Já
na segunda volta, entretanto, Lewis fez as coisas voltarem à
normalidade, ao fazer uma belíssima ultrapassagem por fora sobre o
russo. Na mesma passagem, Jaime Alguersuari viu todo o seu trabalho do
fim de semana ser jogado no lixo por conta da quebra do sistema de
refrigeração de sua Toro Rosso.Em cinco voltas, a vitória no circuito que caracterizou como "uma
mulher" já se insinuava para Vettel. A distância até Alonso, segundo
colocado, já era de quase 5s. Mais atrás, Barrichello se destacava,
após pular de 12º para nono. No fundo do pelotão, um fenômeno: Kamui
Kobayashi largou em 23º e já era 15º com dez voltas completadas.
AFP |
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Vettel não conseguiu disfarçar a insatisfação com o resultado |
Como a distância de Vettel para Alonso subia quase 1s por volta, a
prova parecia cada vez mais definida. Só um grande imprevisto poderia
mudar o rumo da prova. E, não satisfeito, o GP da Hungria apresentou
três: na volta 14, o safety-car foi liberado à pista por conta de uma
parte da asa dianteira do carro de Liuzzi solta no asfalto.Durante
a vigência do SC, a mística magiar deu a segunda contribuição para
agitar a corrida. Nos boxes, dois incidentes esdrúxulos: a Mercedes
errou ao parafusar a roda traseira direita de Nico Rosberg e, já ao
deixar sua vaga nos pits, o carro ficou desfalcado. Segundos depois, a
Renault liberou Kubica na hora errada e o polonês acabou sendo atingido por Sutil, que vinha entrando na vaga à frente. O alemão levou a pior.Longe
do turbilhão de pilotos entrando nos boxes, Mark Webber seguiu na
pista, numa exótica estratégia, já que o pelotão seria todo reunido nas
voltas lideradas pelo safety-car. O mesmo fez Rubens Barrichello, que
ganhou posições, mas, como saiu com pneus duros, teria de se virar por
quase 60 voltas com os macios se entrasse nos boxes. Sendo assim, o
brasileiro frequentou a zona de pontuação durante mais da metade da
corrida, mas sabia que provavelmente ficaria longe dali.Já com
bandeira verde, veio a terceira e principal armadilha húngara para
aqueles que esperavam uma prova modorrenta: os caracteres na tela das
TVs pelo mundo mostravam que Vettel abriu uma distância superior a dez
carros 'virtuais' entre ele e Webber, para dar ao australiano condições
de pular bem na frente na relargada. O descumprimento do artigo 40.7 do
regulamento esportivo rendeu a Sebastian um drive-through que lhe
deixou em terceiro, entre Alonso e Massa. Com Vettel
pressionando Alonso, Webber tinha mais espaço para cumprir a tática da
Red Bull. E, então, o que parecia inapropriado no início da prova se
mostrou perfeito: Mark parou na volta 43 de 70 e voltou ainda em
primeiro.Voltas depois, finalmente a corrida amansou um pouco.
Vettel não conseguiu passar Alonso e a principal disputa por posição
foi pelo ponto derradeiro do décimo lugar. Rubens Barrichello, com
pneus supermacios novos e cheios de desempenho para entregar, encostou
muito rápido em Michael Schumacher. Depois de muitas
tentativas e reclamações do brasileiro pelo rádio, achando que o eterno
rival estava bloqueando-o muito tarde nas curvas, enfim veio a
ultrapassagem. A duras penas. Schumi espremeu Rubens no muro, mas o
veterano brasileiro foi corajoso e manteve a linha. A postura do
germânico rendeu uma investigação dos comissários para depois da
corrida.Agora com 161 pontos, Webber assume a liderança do campeonato,
ultrapassando Hamilton, que teve problemas no câmbio e abandonou ainda
na primeira metade da prova. Mantido com 157, Lewis tem seis pontos de
vantagem sobre Vettel e dez para Alonso, quinto colocado. Brasileiros –
Quarto, Massa fez uma corrida no limite da Ferrari, atrás de Alonso,
mas bastante distante de Petrov, que surpreendeu chegando em quinto. Bruno
Senna conseguiu um bom 17º lugar, superando Lucas Di Grassi e o
companheiro de Hispania Sakon Yamamoto. Lucas, por sua vez, teve
problemas e terminou quatro voltas atrás do líder, assim como o japonês
da equipe espanhola. |