Um grupo de 17 adultos e 04 jovens menores de 18 anos foi libertado
de condições análogas à escravidão em uma fazenda de café, na cidade de
Barra do Choça, no sudoeste da Bahia. Arregimentados da periferia de
Vitória da Conquista, os empregados eram submetidos a condições
degradantes no trabalho e no alojamento. De acordo com o coordenador do
grupo de fiscalização rural da Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego do Estado (SRTE), Joatan Gonçalves Reis, os
trabalhadores também estavam "presos" por dívidas contraídas para a
compra de alimentos básicos. Eles recebiam diariamente fichas de
produção que eram utilizadas como moeda para compra da alimentação e
outros produtos no armazém instalado na propriedade. As dívidas se
multiplicavam por conta do pouco que efetivamente recebiam pelo
trabalho. Nos cálculos apresentados pelo técnico, os libertados
recebiam R$ 2,50 por cada lata de 20 kg de café colhido, o que garantia
semanalmente um salário aproximado de R$ 70. Após a libertação dos
explorados, o proprietário do cafezal, Paulo Roberto Bastos Viana, se
recusou a pagar as verbas rescisórias a que eles tinham direito. Ele
alegou que só poderá arcar com os valores, que chega a R$ 25 mil, no
final da colheita. Diante da recusa, o auditor encaminhou uma cópia do
relatório da inspeção ao Ministério Público do Trabalho (MPT), que deve
entrar com uma ação contra o fazendeiro.