Cerca de 300 assentados e acampados do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), regional da Chapada
Diamantina, ocuparam nesta segunda feira (27) a prefeitura do município de
Itaetê. Os manifestantes querem apresentar à prefeita Lenise Estrela (PSB) a
pauta com as demandas dos Assentamentos e Acampamentos do MST. De acordo com
dados apurados pelo Jornal da Chapada, as demandas envolvem construção de
escolas e creches, postos de saúde, investimentos em produção, maquinário e
toda a infraestrutura necessária para as famílias que lutam por terra na
região. Nesta terça-feira (28), os manifestantes continuam a ocupação e
aguardam um atendimento de membros da prefeitura.
Atualmente a regional do MST na Chapada Diamantina tem cerca de 10 mil
trabalhadores rurais organizados. Para que essas famílias tenham melhor
qualidade de vida, segundo informam os manifestantes, é necessário que também
os municípios desenvolvam ações concretas. "Os municípios têm que investir em
diversos setores como infraestrutura, produção, saúde e principalmente a
educação do campo que hoje é uma luta dos movimentos sociais. Essa educação tem
que ter como base trabalhar a realidade do educando sem perder de vista a
realidade externa que vive e tem como centralidade o ser humano”, aponta um dos
ocupantes.
Um texto entregue ao representante do Jornal da Chapada relata um histórico de
estagnação das atividades de reforma agrária dos governos estadual e federal.
"Nos últimos anos, pouco ou nada foi feito para uma verdadeira reforma agrária.
Os governos têm dado prioridade ao modelo agrícola do agronegócio, baseado na
grande propriedade ‘modernizada’ que usa elevadas quantidades de agrotóxicos,
gera poucos empregos e produz somente para exportação, esquecendo a soberania
alimentar”.
Ainda de acordo com o texto, os ocupantes dizem que nesse processo de luta a
experiência comprovou que só conquistar a terra não é suficiente, outras
conquistas foram e ainda são necessárias. "Compreendemos a importância da
parceria do governo municipal no avanço da reforma agrária, principalmente em
uma região onde a seca tem castigado a população, que alias é a pior dos
últimos 40 anos”. Fonte: Bocão News
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