O corregedor Francisco Falcão mal começou a
analisar os documentos da inspeção que fez no Tribunal de Justiça da Bahia e já
percebeu que a Corte quer manter seu título de pior do país – e olha que a
concorrência é de respeito.
Na semana passada, abriu três processos
administrativos disciplinares devido a flagrantes de nepotismo e de casos de
servidores fantasmas. Um dos processos trata de uma servidora que recebe 15 400
reais, mas só aparece para trabalhar uma vez por semana.
No dia da inspeção, um colega tentou
encobertar a funcionária e disse que ela faltou devido a uma conjuntivite. O
amigo do peito também afirmou ser impossível entrar em contato, pois seu
celular estava quebrado.
O outro caso é ainda mais
escandaloso e trata de uma servidora que recebe 9 236 reais, mas, alega só ser
produtiva quando trabalha de casa. Por isso, há pelo menos dois anos não dá
expediente no Tribunal e fica em seu home office em São Paulo, a 2 000 km de
seu posto de trabalho.
Não bastasse a mordomia, Falcão ainda suspeita que as duas são parentes de
desembargadores do Tribunal.Por essas e outras que a taxa de atraso nos
processos do TJ baiano está em 48,3%.
Um documento elaborado pela Ordem dos Advogados do Brasil da Bahia (OAB) reúne
uma série de deficiências no funcionamento Judiciário do estado. Entre elas, o
de um magistrado que, sozinho, precisou responder pelas eleições de quatro
cidades em 2012, levando à lentidão absurda de julgamentos e processos. O
relatório está previsto para ser entregue nesta quinta-feira (11) na sede do
Tribunal de Justiça da Bahia pelo presidente da entidade, Luiz Viana Queiróz.
Fonte: Espaço Aberto |