
Com
objetivo de desmontar organização criminosa que sonegou um total de R$
54 milhões por ano aos cofres estaduais, foi deflagrada na madrugada
dessa quarta-feira (14) a Operação Marabu. Realizada através da
Força-Tarefa formada pela Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz),
Secretaria da Segurança Pública, através da Delegacia de Crimes
Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap) e o Ministério
Público do Estado da Bahia, a operação desmontou o esquema fraudulento
que atuava na cidade de Tanque Novo.
A
Operação cumpriu até agora oito mandados de prisão e oito de busca e
apreensão, tendo como finalidade a obtenção dos documentos sonegados à
fiscalização, que envolvem as empresas utilizadas pelo esquema. O líder
da Organização Criminosa já responde a ação judicial relativa a crime de
sonegação fiscal.
O
processo de investigação durou três anos e foi coordenado pela
Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip) da Sefaz. De
acordo com a inspetora da Sefaz, Sheila Meirelles, o prejuízo causado
pela organização criminosa foi calculado com base nas notas fiscais
eletrônicas emitidas até 28 de fevereiro de 2011, juntamente com dados
do Sistema Integrado de Informações sobre Operações com Mercadorias e
Serviços (Sintegra). Após esses batimentos foi detectado o não pagamento
dos tributos devidos referentes às atividades comerciais da empresa
fictícia, que atuava no ramo atacadista de mercadorias em geral, com
predominância de gêneros alimentícios.
Entre
as principais práticas criminosas contra a ordem tributária estão o
calçamento de notas fiscais, utilização de notas fiscais frias,
utilização de notas fiscais com numeração paralela à autorizada pela
Sefaz, empresas de fachada; operações comerciais em nome de empresas
fictícias; simulação de venda de mercadorias para outros Estados,
utilizando empresas de fachada casos em que as mesmas internalizam-se
clandestinamente neste Estado; falta de emissão de notas fiscais;
desvios de caminhões de postos fiscais; reutilização de notas fiscais
com o objetivo de dar "aparência” regular ao trânsito de mercadorias;
formação e utilização de "Caixa 2” e abertura de contas correntes
bancárias em nome de interpostas pessoas.
O
superintendente de Administração Tributária da Sefaz, Cláudio
Meirelles, afirma já ter sido recuperado um total de R$ 20 milhões até o
momento, mas ressalta a intenção da Secretaria da Fazenda em manter as
investigações contra crimes fiscais no Estado. "A Sefaz continuará
trabalhando para desmontar essa e qualquer outra quadrilha que tente
burlar o fisco. O sonegador não só deixa de contribuir como estimula uma
concorrência desleal para com as empresas que pagam seus impostos em
dia, além de retirarem da sociedade todos os benefícios trazidos com o
pagamento de impostos”, afirmou Meirelles.
Para
a execução da Operação contou-se com um contingente de 79 servidores
estaduais, sendo 23 da Secretaria da Fazenda e 52 da Secretaria de
Segurança Pública, além de 4 Promotores de Justiça do Ministério Público
do Estado da Bahia, com a utilização de uma frota de 27 veículos.
Entenda como acontecia o esquema fraudulento
O
empresário adquire mercadorias em nome de empresas fictícias, com
suposto endereço na Bahia e em outros Estados, sem o pagamento do
Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido. O
local utilizado para comercialização dessas mercadorias era a empresa,
cujo nome fantasia é Central Distribuidora, mantendo, também, depósitos clandestinos em Tanque Novo.
Aliado
a isso, cúmplices do esquema trafegavam pelas estradas e desvios
informando sobre a presença da fiscalização e possibilitando a fuga de
veículos. Para camuflar o patrimônio, o empresário adquire veículos de
sua frota em nome de interpostas pessoas residentes em Tanque Novo, a
maioria integrantes de sua família, com indicação de endereços
residenciais falsos. |