Foram 16 músicas, 5 trocas de roupas, 7 longas pausas para Shakira dançar, mais de 300 rebolados e uma participação especial que levantou o público da Cidade do Rock, nessa sexta-feira (30). Shakira fez tudo o que tem de melhor, mas Ivete Sangalo transformou o show da cantora colombiana em uma verdadeira festa. E era isso que o público queria. Durante "País Tropical”, de Jorge Ben Jor, as duas fizeram até os mais desanimados pularem.

"Não te disse que eles iam enlouquecer com você cantando país tropical?”, disse Ivete, que foi chamada de "rainha brasileira” por Shakira. Antes dessa explosão, a cantora não conseguiu empolgar tanto a plateia. Ela abriu o show com "Estoy Aquí”, música que foi pedida pelo público brasileiro durante a turnê que ela fez no Brasil, em março. O público a acompanhou.

Foram 14 anos sem tocar no Rio de Janeiro (no início do ano ela se apresentou em São Paulo, Porto Alegre e Brasília). De lá para cá foram dois prêmios Grammy e mais de 60 milhões de discos vendidos. Pela primeira vez noRock in Rio, Shakira não deixou sucessos de lado como "Loca”, "Waka Waka” e "La tortura”. A sua versão de "Whenever Wherever” com uma pegada de rock demorou para ser compreendida por quem acompanhava a apresentação.

Longos intervalos durante as canções fizeram com o que o público esfriasse. Se a música "Nothing else Matters” fez um grande sucesso no show do Metallica, no último domingo. O mesmo não aconteceu na versão cigana de Shakira. Nessa parte ‘gypsy’ do show, Shakira abusou dos rebolados e se sacudiu de todas as formas possíveis. Mas não fez feio.

As mais animadinhas da plateia tentaram imitar. Durante a música "Whenever Wherever”, Shakira chamou sete meninas para subirem ao palco para ensiná-las alguns passos. Mas parecia mais funk do que dança do ventre.

Shakira exibiu simpatia ao se comunicar com o público em português durante toda a apresentação. "Estou tão feliz de estar aqui, nessa terra que amo. Estou aqui para satisfazê-los. Hoje sou toda de vocês”, disse a cantora, arracando gritos das moças e dos marmanjos. No final, ela parecia se sentir em casa. "Eu quero continuar”, disse, já se despedindo com canhões de papel picado e fumaça colorida.