O goleiro Bruno e o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, se
recusaram a prestar depoimento, nesta sexta-feira, no Fórum de
Jacarepaguá, na Zona Oeste. Eles se reservaram ao direito de ficar em
silêncio durante a audiência de instrução e julgamento no processo de
sequestro e lesão corporal movido pela ex-amante do atleta Eliza
Samudio, em outubro de 2009. Antes de acabar a sessão, Macarrão quis
fazer uma única declaração. Segundo ele, os dois estão presos há mais
de 70 dias e "não estão aguentando mais". Ele confessou ao juíz que
Bruno já tentou se matar várias vezes dentro da prisão. A declaração
de Macarrão foi confirmada pelo advogado Ércio Quaresma, que faz a
defesa de Bruno. Quaresma acrescentou que o goleiro está deprimido e
que vai pedir ajuda psiquiátrica para ele. Bruno passou mal e desmaiou
em uma cela do fórum, antes de começar o julgamento. Ele teria sofrido
uma queda de glicose. O juiz deu cinco dias para as alegações
finais da defesa e acusação. Depois, a sentença será dada em 30 dias.
Bruno e Macarrão foram autorizados a voltar para Minas Gerais. O
maior ídolo do Flamengo, Zico, foi o centro das atenções durante a
audiência. O promotor Eduardo Paes, disse ao juiz Marco José Mattos
Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, que antes de fazer uma
pergunta a Zico, gostaria de um autógrafo do diretor de futebol do
clube rubro-negro. Para surpresa de todos, Zico escreveu sua assinatura
em um papel para o promotor e a audiência continuou. A mãe de Eliza
Samudio, Sônia Fátima Moura, teve uma crise de choro e teve que deixar
a sala de audiência, por volta de 14h30, quando o goleiro se recuperou
e entrou na sala do julgamento. Com a ausência no início da sessão, o
atleta deixou de acompanhar os depoimentos de Patrícia Amorim, do
jogador Leonardo Moura, e do ídolo rubro-negro Zico. Nenhum dos
depoimentos, entretanto, comprometeu o ex-capitão do Flamengo. Além
do goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, também participou
da sessão. Eles estavam algemados, com as cabelos raspados e vestindo
uniformes da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape). O
juiz Marco José Mattos Couto autorizou a transferência de Bruno e
Macarrão para Minas Gerais, onde ocorre a investigação sobre o
desaparecimento de Eliza Samudio. Não há previsão, no entanto, de que
isso aconteça. O juiz tem 40 dias para dar o parecer sobre o caso.
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