Para auxiliar os processos de gerenciamento relacionados às questões hídricas no estado, a Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS) apresentou no 2º Seminário Governança das Águas, que acontece na Fundação Luis Eduardo Magalhães (Flem), em Salvador, o Projeto Portal da Água. A ferramenta de monitoramento pretende reunir informações de todos os órgãos, secretarias e entidades relacionadas à agua, em um ambiente único e sistematizado para facilitar a tomada de decisões por parte dos governos e da sociedade.
"A ideia é utilizar os dados já disponíveis em instâncias públicas e privadas para organizar o fluxo de comunicação, integrar as informações, fazendo com que os diversos segmentos interajam e potencializem suas ações. Porém, o Portal da Água só terá êxito com o apoio e a união de todos os elos desta cadeia", afirmou o secretário Cássio Peixoto, na abertura do evento, na quarta-feira (18), representando o governador Rui Costa.
O seminário faz parte das atividades em comemoração do Dia Mundial da Água (22 de março) e é promovido pela Associação Pré-Sindical dos Servidores do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ascra), com o apoio das secretarias estaduais de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), Desenvolvimento Rural (SDR) e Meio Ambiente (Sema). As atividades prosseguem até o próximo domingo.
O evento tem o objetivo de ampliar a discussão sobre o uso das águas na Bahia diante da crise hídrica no Brasil chamando a atenção da sociedade baiana para temas importantes como investimentos em obras, educação, segurança e saúde, além do monitoramento de recursos hídricos e a participação popular na gestão das águas. . "Gerenciar a infraestrutura e os recursos hídricos é, antes de tudo, um exercício de planejamento e ação conjunta entre governos e sociedade", enfatizou Peixoto.
Consumo no mundo e no Brasil
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) cerca de 70% do consumo de água no mundo é destinado à agricultura, 20% para indústrias e apenas 10% para abastecimento humano. O Relatório Global sobre Desenvolvimento e Água da entidade indica que 12% das reservas de água doce do mundo estão no Brasil, 70% da água potável brasileira concentra-se na região Amazônica e menos de 5%, no Nordeste.
No mundo são 768 milhões de pessoas sem acesso à água tratada e outras 194 milhões de pessoas vivem sem acesso a saneamento básico, provocando a morte de 3,5 milhões de pessoas/ano por problemas decorrentes da água. No Brasil, são cerca de 40 milhões de pessoas sem acesso à água potável e 21 milhões estão em áreas rurais
Segundo o secretário, "trata-se de um tema complexo que requer visões tecnicistas, sociais e ambientais para o acesso e perenidade da água. Por isso, precisamos ampliar as discussões, ouvir a sociedade e chegar a uma solução que atenda às diversas demandas pelo uso da água de maneira mais racional e equilibrada".
Para o presidente da Ascra, César Ribeiro, o cenário no Brasil “nos obriga a trazer para o debate público e construtivo as diversas facetas sobre o uso das águas na sociedade atual, tendo em vista a já anunciada e testemunhada crise hídrica da nossa contemporaneidade. Assim, temos que despolitizar o debate, analisar o tema sob o prisma da sustentabilidade, introduzir novas soluções para a crise e promover mecanismos para gestão integrada dos recursos hídricos".
Fonte: SECOM/BA |