Milhares de moradores de Juazeiro e de outros nove municípios da região norte da Bahia têm recebido diversos atendimentos viabilizados pelo programa Saúde Sem Fronteiras. Realizados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (Sesab), com apoio do governo federal, através do Ministério da Saúde, os atendimentos ocorrem no pátio da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro, até o dia 24.
Na área oftalmológica, estão previstas cinco mil consultas e 1,5 mil cirurgias de catarata. Com duração que varia de quatro a seis minutos, o procedimento cirúrgico é feito em uma das unidades móveis do programa. Aos 67 anos, o aposentado Daniel Alves foi submetido à segunda cirurgia de catarata.
"Depois da cirurgia, que acabei de fazer não tem cinco minutos, já estou vendo uma grande diferença no olho esquerdo. Meu problema era nos dois olhos. O atendimento foi excelente. As pessoas são todas educadas. Elas ficam com o maior cuidado para a gente não cair. Agora, vou tocar a vida mais alegre, porque o verde que eu via [enxergava], agora é mais verde", afirmou o aposentado.
De acordo com o anestesista Davi Lemos, que trabalha no pronto atendimento médico do Saúde Sem Fronteiras, antes de serem submetidos à cirurgia, os idosos realizam uma série de exames. "Primeiro, precisamos fazer a triagem para ter a certeza de que o paciente tem catarata e se depois de operar, eles terão uma melhora visual. Tendo esta indicação bem precisa, a gente passa pela segunda fase, que é confirmar se o paciente tem condições clínicas de fazer a cirurgia".
Mamografias
A expectativa da Sesab é que mais de 12 mil pessoas sejam atendidas pelo programa em Juazeiro. Além dos serviços oftalmológicos e do Odontomóvel, que oferece procedimentos de saúde bucal como extração, obturação, canal, profilaxia, aplicação de flúor, entre outros, a unidade móvel de rastreamento do câncer de mama também está no pátio da Univasf para a realização de mamografias em mulheres de 50 a 69 anos.
Moradora de Uauá, a professora aposentada Jailda Gonçalves, 55, teve a mamografia agendada para esta sexta-feira (20). "Acho [o exame] muitíssimo importante, até porque já tenho caso de câncer de mama na minha família. Minha tia percebeu logo no início, fez o tratamento e está comigo aqui hoje. Sei o quanto é doloroso o tratamento de quimioterapia, radioterapia. Quando a mulher se previne, ela evita um dano futuro e até a morte. Se a mulher retarda muito o tratamento, ela pode descobrir já no fim da linha e o médico não faz milagre. A mulher tem que se amar", ressalta a professora.
Hemóvel
O Saúde sem Fronteiras, no pátio da Univasf, também é opção para quem quer prestar solidariedade doando sangue e se cadastrando como doador de medula óssea. O autônomo Jairo Fernandes, 28, foi uma das pessoas que colaboraram com o estoque de sangue da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba). "Uma doação salva muitas vidas. É por isso que sempre estou doando".
A auxiliar de enfermagem Tânia Paula da Silva é uma das 10 profissionais de saúde que atuam no Hemóvel, unidade móvel da Hemoba. "[Nós, da Hemoba], temos muita necessidade de sangue. Esse movimento [mutirão] ajuda a divulgar mais e as pessoas vêm, participam", disse Tânia.
Repórter: Jhonatã Gabriel |