Duas
pessoas morreram em um tiroteio dentro do fórum de São José dos Campos,
no Vale do Paraíba, interior paulista, na tarde desta quarta-feira
(18). Uma das vítimas, Sérgio Marcondes dos Santos, de 50 anos, era réu
em um processo de violência doméstica, cuja audiência ocorreria na 1ª
Vara Criminal da cidade.
A outra é o advogado José Aparecido Ferraz Barbosa, de 62, que
defendia a ex-mulher de Sérgio, também atingida no tiroteio. Segundo o
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), antes da audiência, no saguão
do fórum, o réu atirou na ex-mulher, no advogado dela e ainda, à
queima-roupa, durante a tentativa de fuga, em um policial militar, que
estava de colete à prova de balas e revidou o disparo.
De acordo com as primeiras informações, os detectores de metal do
fórum não funcionam. Em nota, o presidente em exercício da secção São
Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Marcos da Costa,
criticou a falta de segurança do local e pediu, além de policiamento,
equipamentos de vigilância nos fóruns.
"Ao exercer sua atividade, o advogado contraria interesses, mas não
se pode tolerar que, no exercício profissional, seja exposto a esse
nível de insegurança dentro de um próprio do Judiciário, onde foi
franqueada a entrada de indivíduo armado e que colocou em latente risco
todos os que circulavam no prédio", diz um trecho da nota.
A nota diz, ainda, que "as grandes tragédias também nos despertam
para a busca de soluções. Assim sendo, entendemos que a segurança nos
fóruns do Estado deve ser balizada de forma preventiva, reunindo força
policial ostensiva em número suficiente e novos equipamentos de
segurança".
A mulher atingida, Maria Aparecida de Siqueira, foi socorrida,
medicada e encontra-se fora de perigo, segundo a assessoria de imprensa
do TJ-SP. Já o advogado, atingido na virilha, chegou a ser encaminhado
para o pronto socorro da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a OAB-SP, José Aparecido Ferraz Barbosa, natural de Poços de
Caldas, Minas Gerais, formou-se em Direito em 1976 e advogava em São
José dos Campos desde 1991. A Ordem designou o conselheiro seccional
Arlei Rodrigues para acompanhar o inquérito policial sobre o caso.
A audiência - a terceira envolvendo Santos, que estaria ameaçando a
ex-mulher - foi suspensa. O fórum estava lotado e houve tumulto no
momento do tiroteio.