Centenas de amigos, ex-alunos e parentes dos professores Edivaldo Silva de Oliveira, de 32 anos, conhecido como Nino, e Jeovan Bandeira, 40, encontrados carbonizados dentro do porta-malas de um carro incendido às margens da BA-120, em Santaluz, no dia 10 de junho deste ano fizeram uma passeata em memória dos docentes na tarde desta segunda-feira (20), no distrito de Pereira, comunidade onde reside a mãe de Jeovan e alguns familiares do docente, que está desaparecido desde a noite do crime.
O ato foi organizado pelo Centro Educacional Nicanor Tiburcio dos Reis (Centir), Escola Municipal Antonio Nolasco da Silva e Colégio Estadual Necy Novaes. Durante a caminhada, os participantes levavam cartazes de apoio às famílias e com mensagens de saudade e contra a violência. A mobilização foi encerrada com um culto ecumênico realizado na Praça da Bíblia. “É com muita comoção e uma imensa dor que nossa família participa desta homenagem em memória do nosso guerreiro. Quem perdeu Jeovan não foi só a nossa família. Amigos, colegas e acima de tudo a educação do nosso município estão órfãos. Ver a mobilização das pessoas em prol destes dois educadores é a comprovação de que os bons morrem, mas seu legado se eterniza”, disse o irmão de Jeovan, Sival Lima.
A família do Jeovan aguarda o resultado de exames de DNA para confirmar sua identificação, que foi impossibilitada devido o grau de carbonização do corpo. Não há prazo definido para a divulgação do resultado do exame e o corpo permanece no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana. O primeiro corpo identificado foi o do professor Nino. A confirmação da identidade dele foi feita através de testes de arcada dentária. O corpo de Nino foi enterrado na tarde da última terça-feira (14), sob forte comoção, em cerimônia que reuniu familiares, amigos, ex-alunos e colegas de trabalho.
O caso
Jeovan e Nino foram vistos deixando o Colégio Estadual José Leitão, onde trabalhavam, por volta das 22h do dia 10 de junho, e cerca de uma hora depois os dois corpos foram encontrados carbonizados dentro do porta-malas do carro de Nino, que foi incendiado às margens da BA-120. Em entrevista ao Notícias de Santaluz, na tarde desta segunda-feira (20), o delegado de Santaluz, João Farias, disse que a autoria e a circunstância do crime ainda estão sendo investigadas e que nenhuma hipótese pode ser descartada até o momento.
Redação Notícias de Santaluz |