O nome sugere um capiau, mas não condiz nada com o
luxo que cercava Adailson Souza Lima, o Roceirinho, preso por tráfico e
assalto a bancos. Apontado pela polícia como o líder do tráfico na região do Baixo Sul da Bahia, ele também é acusado de ordenar uma chacina em 2010 que deixou cinco pessoas da mesma família mortas na Ilha de Itaparica.
Roceirinho na verdade morava numa mansão com a
mulher e uma filha pequena, no Condomínio Parque do Jacuipe, em Barra de
Jacuipe, Litoral Norte do estado. Preso na última quinta-feira em uma
das suítes do luxuoso hotel Atlantic Towers, em Ondina, ele residia há
pouco mais de um mês no condomínio, onde artistas, como o cantor
Carlinhos Brown, têm imóveis.
A casa do traficante tem dois andares e conta com
quatro suítes, piscina e churrasqueira. Entre outras mansões, a
residência de Roceirinho se destaca pelos grandes vidros esverdeados na
fachada. Moradores do condomínio disseram que o vizinho era de pouca
conversa e não chegava a levantar suspeita.
Quando preso em companhia do comparsa Vilmar
Florência, o Dona Vilma, Roceirinho estava com R$ 168 mil em espécie. De
acordo com perícia do Departamento de Polícia Técnica, o dinheiro saiu
de pontos de venda de drogas. Nas notas, foram encontrados resíduos de
cocaína. Segundo o delegado Jorge Figueiredo, diretor do
Departamento de Narcóticos (Denarc), a quantia era fruto da arrecadação
de uma semana de uma das "bocas” do traficante. A polícia investiga se o
dinheiro do tráfico de Roceirinho foi "lavado” na compra de um
apartamento em Lauro de Freitas, na aquisição de uma transportadora, uma
frota de carros utilitários e uma rede de açougues e mercadinhos na
periferia de Salvador.
De acordo com as investigações, Roceirinho fez sua
trajetória no crime a partir dos assaltos. Após levantar dinheiro
liderando ataques a bancos e estabelecimentos comerciais no interior,
ele ganhou a confiança de quadrilhas de traficantes e passou a vender
entorpecentes.
Segundo a polícia, Roceirinho passou a ser um dos
grandes chefes do tráfico no estado por ter facilidade para arrecadar
dinheiro de criminosos e habilidade para administrar o negócio ilícito.
Mas, no segundo semestre do ano passado, foi preso durante uma tentativa
de assalto a um banco na cidade de Boa Nova.
Dias depois, foi beneficiado com um habeas-corpus
para cumprir prisão domiciliar, decisão revogada logo após sua
liberação. Desde então, estava foragido.
Fonte: Correio |