Uma
manifestação de alunos e professores do curso de medicina da Faculdade de
Tecnologia e Ciências (FTC) deixou feridos na Avenida Paralela, em Salvador, na
manhã desta terça-feira (4). O grupo reivindica pagamentos atrasados de
docentes e por isso bloqueou a via, uma das mais importantes e movimentadas da
capital baiana. Um longo congestionamento se formou por volta das 9h.
De acordo com relato de estudantes, uma
manifestação pacífica era realizada na avenida, próximo à instituição de
ensino, quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou atirando bombas
de gás lacrimogênio e balas de borracha contra o grupo. O G1 entrou em
contato com a Polícia Militar, que ficou de levantar informações para se
pronunciar a respeito.
Já a assessoria da FTC informou que a PM foi
acionada para negociar com os alunos, mas os manifestantes não cederam e a
polícia acabou usando gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha. O Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e prestou atendimento no
local. Até por volta das 11h30, o número de feridos era desconhecido.
"Começamos o protesto por volta das 9h e
fechamos a Paralela deixando uma das faixas livre para a circulação de
veículos. De repente, uns 30 minutos depois do início da manifestação, o
Batalhão de Choque chegou atirando, sem dar qualquer aviso prévio. Todos os
dias a gente vê manifestação em Salvador e isso nunca aconteceu", diz um
aluno que prefere não se identificar.
A professora Lucélia Cunha diz que ficou assustada
com a situação que vivenciou. "Nunca vi nada igual na minha vida, é
inacreditável. Eu estava saindo da faculdade quando vi um tumulto e não podia
sair de carro porque estava tudo fechado. Apontaram arma para mim, atiraram em
alunos na minha frente, eu enlouqueci com essa situação. Pegaram um menino
magrinho, arrastaram parecendo um animal, nunca imaginei", relata Lucélia
Cunha Magalhães, coordenadora do 5º semestre do curso de medicina da FTC.
A assessoria da FTC lamentou o ocorrido e disse que
o vice-diretor da unidade esteve com os alunos na tentativa de dar fim à
manifestação.
Ainda de acordo com a instituição, os salários
atrasados dos professores já foram creditados nesta terça-feira e poderão ser
retirados no período da tarde. Fonte: G1.com/Ba
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