A prisão de quatro assaltantes neste fim de semana e apresentados à
imprensa, na tarde desta terça-feira (18), na Delegacia de Repressão a
Furtos e Roubos (DRFR), já é resultado de uma operação conjunta
deflagrada pelas polícias Civil e Militar, com o objetivo de reduzir os
índices de assaltos a coletivos em Salvador. A cidade foi toda mapeada
pelas duas instituições, que vão atuar de forma simultânea e integrada
em vários locais.
O coordenador do Grupo Especial de Repressão a Roubos a Coletivos
(GERRC) da Polícia Civil, delegado Nilton Tormes, e o comandante da
Operação Gêmeos, da Polícia Militar, capitão Paraíso, declararam aos
jornalistas que, até o final do ano, a "Operação Catraca” estará
presente nas áreas consideradas críticas da cidade, intensificando o
policiamento ostensivo e promovendo blitze constantes.
"Levantamentos de campo e estatísticas nos fizeram perceber a
necessidade de unir ainda mais os esforços para realização de operações
conjuntas e com ações sincronizadas por parte das duas forças policiais,
tendo como meta a redução dos índices de roubos a ônibus”, explicou o
delegado Nilton Tormes, destacando os papéis da Polícia Civil na
elucidação dos crimes, buscando autoria e materialidade, e da Polícia
Militar no policiamento ostensivo e preventivo, evitando que o delito
ocorra.
De acordo com o capitão Paraíso, a "Operação Catraca” integra uma
série de ações policiais preventivas e repressivas previstas para o
período do verão, quando os registros de assaltos em coletivos aumentam .
"As polícias Civil e Militar sempre trabalharam em conjunto para
reprimir os assaltos a coletivos e, depois de algumas reuniões com o
delegado Tormes, estamos num momento de realinhamento para aplicação dos
métodos de prevenção e repressão aos assaltos”, enfatizou o capitão
Paraíso.
PRISÕES
Suspeito de praticar, pelo menos, seis assaltos na região da Estação
da Lapa e Dique do Tororó, Uilson de Jesus Silva, 36 anos, foi preso, na
noite desta segunda-feira (17), num ponto de ônibus nas imediações do
Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues, na Avenida Centenário, após
roubar um coletivo, em companhia de um parceiro, que conseguiu fugir.
No último sábado, uma guarnição da Polícia Militar prendeu Igor Reis
de Cerqueira, 31 anos, e Ânderson Nílton da Silva Santos, 21, logo
depois que a dupla saqueou os passageiros e o cobrador de um ônibus, no
bairro de Pero Vaz. Um outro comparsa conseguiu escapar ao cerco
policial. Ânderson e Igor são investigados pela participação em dezenas
de assaltos na região central da cidade.
Um dia antes, na tarde da última sexta-feira (14), Leandro da Luz
Neves, 20, assaltou um ônibus que fazia a linha Pirajá x Barra, de posse
de um revólver, calibre 38. De acordo com o delegado Nilton Tormes, o
assaltante costuma agir entre a Barra e o Campo Grande, tendo praticado,
no mínimo, cinco roubos nas últimas semanas. Autuado em flagrante, ele
ficará custodiado, ao lado de Igor, Ânderson e Uílson, na carceragem do
Complexo Policial da Baixa do Fiscal.
PERFIL
Um levantamento realizado pelas polícias constatou que há um perfil
definido entre os envolvidos nesta modalidade criminosa. "São jovens
entre 16 e 28 anos, de baixa escolaridade, negros e quase 100%
dependentes químicos”, explicou Tormes, lembrando que a maioria não tem
profissão definida e que o dinheiro obtido com os assaltos é gasto em
festas, no consumo de drogas e na aquisição de roupas de grife.
Para o capitão Paraíso, é possível observar também que esses jovens
raramente agem sozinhos, fazem abordagens violentas, pois quase sempre
estão sob efeito de substâncias entorpecentes e usam principalmente
armas de fogo. Os criminosos também não têm um modus operandi definido,
por vezes saqueando passageiros e cobrador e, em outras ocasiões,
roubando apenas os passageiros. Normalmente agem em parceria.
"Já detectamos a existências de quadrilhas, cujos participantes se
alternam para praticar os assaltos”, declarou Nilton Tormes. É comum
encontrar ainda várias peças de roupas quando os assaltantes são presos.
O capitão Paraíso enfatizou que, depois dos assaltos, os ladrões trocam
de roupa para dificultar a identificação pela polícia.
Fonte: SSP/BA
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