Após decisão realizada em assembleia, na manhã desta quinta-feira (14), os rodoviários de Salvador paralisam as atividades entre às 15h e 17h, para chamar a atenção para a campanha salarial da categoria. Segundo a Transalvador, há coletivos parados na pista exclusiva do Iguatemi, na Estação da Lapa, Av. Tancredo Neves, região do Comércio, Campo Grande, Av. Carlos Gomes e Estação Mussurunga.

Os profissionais, por meio de mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), pedem ganho real de 2,5% acima da inflação no ano, reajuste no tíquete alimentação para R$16, com desconto de 5% desse valor em folha, a título de contrapartida, e redução do valor descontado dos funcionários a título de contrapartida para o plano de saúde, que cairia dos atuais R$ 27 para R$ 13,50.

Em reunião com o MPT, realizada na quarta-feira (13), os empresário de ônibus afirmaram que, das propostas apresentadas, irão discutir apenas o índice de reajuste salarial. Com a não aceitação dos itens mediados pelo MPT, a participação da Procuradoria nas negociações foi encerrada.

O G1 circulou pelas ruas da capital baiana, e registrou uma enorme fila de ônibus que sai da estação de transbordo do Iguatemi e segue em direção ao Detran.

Os passageiros que estavam nos ônibus desceram dos coletivos. Alguns seguem para outros pontos, enquantos outros estão indo á pé.

Irene Oliveira e a amiga Claudia Gomes preferiram ir a pé para casa. "O ônibus parou na estação transbordo, e o motorista disse que ia ficar parado. Então a gente desceu e vai a pé para o Largo do Tanque, que é onde a gente mora", disse Irene.

Outros passageiros reclamam da falta de informações. "O motorista parou no ponto e simplesmente saiu com o cobrador, e nós ficamos lá sem saber de nada", crítica a assistente social Angela Silva. " Pretendia até voltar para o trabalho hoje, mas desse jeito vou para casa mesmo", completa.

Ela também criticou a paralisação dos rodoviários. "Acho que isso não foi bem pensando porque você só está prejudicando a população. Toda vez é isso".

Por causa da paralisação alguns ônibus chegaram a ser apedrejados na região do Detran.

Em contato com o G1, o assessor de relações sindicais do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro afirmou que a greve é constitucional, mas classificou a paralisação de duas horas como "falta de respeito com a população".

Castro disse também que o sindicato patronal pretende acionar a Justiça com ação de perdas e danos, em razão da paralisação.

Por meio da assessoria, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) informou que colocou 300 ônibus complementares como plano de ação emergencial.

Além da paralisação de duas horas, os rodoviários decretaram que entram em greve a partir da terça-feira (19).

Por conta do impasse na negociação entre rodoviários e patrões, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia (SRTE) vai realizar uma reunião na sexta-feira (15), às 14h, para mediar uma negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Salvador (SINTARS) e os sindicatos que representam os empresários.

O encontro vai acontecer na sede da SRTE, localizada na Avenida Sete de Setembro, na capital baiana.

Fonte: G1