Cerca de 200
moradores do Bairro da Paz fecharam a Avenida Paralela sentido aeroporto, na
tarde deste sábado (20), por volta das 15h30. Os manifestantes pediam
justiça pela morte de Juvani de Jesus, 35 anos, encontrada por popualres na manhã de
sexta-feira (19), debaixo da passsarela do bairro.
O
marido da vítima, José Carlos Pereira da Silva, 44 anos, que é técnico em
telecomunicações, fez um desabafo a reportagem, "Minha
mulher não teve chance de se defender, ela foi estuprada e assassinada a
facadas e ainda teve o pescoço quebrado. Ela trabalhava, era cozinheira e teve
um final desse. Agora, ela deixou dois filhos, uma de 13 e um de 11 anos. Ela
não foi a única, isso acontece direto aqui, alguém tem que tomar uma providência",
desabafa José.
Os moradores disseram que o corpo foi encontrado pela família da vítima. O
local oferece bastantes risco, pois é utilizado pelos bandidos para roubar e
estuprar. "Ali debaixo da passarela, aquele matagal ali, onde o corpo dela
foi encontrado, é o lugar mais perigoso que tem aqui, pois é ali que eles
agem", explica Adriano Souza, 29 anos, sobrinho da vítima, se referindo ao
matagal embaixo da passarela localizada na Avenida Paralela em frente ao bairro
da Paz.
Outros moradores que estavam no local se queixaram de tentativa de estupro e
roubos, segundo eles um homem armado com uma faca estaria praticando os crimes
por ali. "Minha cunhada desceu no ponto de ônibus e foi escarrerada por
uma homem com uma faca na mão que queria estuprar ela, ela escapou, mas já essa
vizinha não teve a mesma sorte. Aqui precisa de uma providência, como é que
pode, um lugar que tem base da polícia acontecer isso? Agora ta assim, quando
não é estupro é assalto, esse ano ja teve mais de seis estupros aqui",
afirma a professora Maria da Conceição, 32 anos.
Segundo a polícia, a mulher foi estuprada e depois assassinada a
facadas. O delegado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa
(DHPP), Alex Gabriel, adiantou que a vítima pode ter sido assassinada porque
conhecia o seu agressor. O DHPP investiga o crime.
Durante a
manifestação, houve tumulto e confusão já que os moradores não estavam
permitindo a passagem de nenhum veículo. Por conta disso, alguns motoristas
tentaram bloquear a passagem e a polícia precisou ser chamada. Um ouvidor
da prefeitura de Salvador, identificado por Olrando Pereira, acalmou os
manifestantes prometendo reunir na próxima segunda-feira (22), uma comissão do
bairro, para ser levada por ele até o secretário estadual de Segurança,
Maurício Teles Barbosa, para fazer um apelo sobre a segurança no local.
Por volta das 16h40 o trânsito foi liberado por uma guarnição do Corpo de
Bombeiros, que junto com guarnições da Operação Gêmeos, Rondesp e da 82ª
Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), estavam no local.
O Comandante da 82ª CIPM, Major César Castro, em entrevista a reportagem declarou que, "A PM realiza abordagens e monitoramento no local,
mas infelizmente a violência tem crescido não só em todo estado, como no país,
e casos como esse terminam acontecendo, mesmo assim, continuaremos monitorando
e indo em busca dos que querem tirar a tranquilidade dessa e qualquer outra
comunidade da nossa região", afirma o Major.
Fonte: Bocão news |