Não foi assalto. Essa é a única certeza que a
polícia tem até o momento sobre o assassinato do estudante de
Administração do Ifba Marcelo Araújo dos Santos, de 28 anos. Ele foi
encontrado morto na praia do Costa Azul na manhã de sábado, com
perfurações no pescoço e uma marca de soco no olho.
"A câmera (do rapaz, que até então todos acreditavam
ter sido roubada) estava escondida em casa, o que torna muito remota a
hipótese de latrocínio. Foi homicídio mesmo, mas ainda não sabemos as
circunstâncias nem a motivação”, diz a delegada Simone Moutinho,
responsável pelo caso. Os outros pertences de Marcelo (chave e celular)
também estavam com ele.O computador do estudante já foi examinado pela
polícia, assim como seu perfil no facebook, mas nada de suspeito foi
encontrado.
Enterro O corpo do jovem foi sepultado
às 16h30 deste domingo (15), no Cemitério Campo Santo, na Federação. No
local, os amigos tentavam entender o que aconteceu com Marcelo. "Eu
estava com ele no Campo Grande sexta de noite. Mas umas 23h eu saí com
dois brothers e ele disse que ia continuar lá”, contou o estudante
Antônio Gabriel, vizinho de Marcelo.
O que aconteceu depois permanece um mistério para a
família e para a polícia. Por volta das 23h30, a vítima chegou a ligar
para a mãe, avisando que não dormiria em casa. Foi a última vez que ela
falou com o filho. Os dois moravam sozinhos na Cidade Baixa.
Hipóteses O local onde o corpo de
Marcelo foi encontrado é uma zona conhecidamente frequentada por casais
homossexuais, mas nenhum dos amigos sabe se isso tem influência no
crime. "Ele andava com muitos homossexuais, mas não sei se ele era”,
disse um amigo. "A delegada chegou a perguntar à mãe dele se ele era
garoto de programa, mas acho que não era o caso”, contou outro amigo.
Do outro lado da rua fica uma localidade conhecida
como "Inferninho”, onde funcionam vários pontos de tráfico de drogas.
Mas o envolvimento de Marcelo com drogas também não é confirmado pelos
amigos.
"Ele bebia muito e fumava cigarro, mas era só isso”,
contou o vizinho Marcos Dimitri. Ele e um grupo de amigos chegam a
cogitar que o crime esteja ligado a algum ritual de magia negra. "Era
sexta-feira 13, perto da meia-noite. Esses metaleiros tem uns costumes
meio loucos”, supôs um integrante do grupo, que pediu para não ter seu
nome divulgado.
Outra hipótese é que ele tenha se envolvido em
alguma briga, e acabou sendo morto. Marcelo é descrito por todos com um
rapaz tranquilo, amante da fotografia. Costumava carregar para todo
lado seu bem mais valioso: uma câmera Nikon, de R$ 7 mil.
Aos 28 anos, não tinha emprego fixo, mas fazia bicos
fotografando bandas de rock, sua outra paixão. Não por acaso, o cortejo
para o seu sepultamento foi embalado por versos de Raul Seixas,
cantados pelos amigos.
Fonte: Correio
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