“Eu quero justiça!”. O apelo é forte e cheio de indignação, feito por Jeane Calaça de Lima, 34 anos, administradora de empresas que está com o rosto bastante machucado, resultado de muitos socos que recebeu de um vizinho, por um motivo banal. O agressor, segundo a vítima, é filho de um policial.
A agressão foi por volta das 8h da manhã da segunda-feira (11), em um prédio do bairro de Sussuarana. Jeane, que atua como representante comercial, procurou o #AgoraNaBahia e relatou os momentos de pânico que passou:
“Eu estava saindo do prédio onde moro para ir trabalhar e fechei o portão de acesso. Não vi que ele se aproximava para entrar e ele não gostou que eu tivesse fechado. Então ele disse para o porteiro, que abrisse de novo pois uma “miséria ” tinha acabado de passar “.
Jeane conta que ao ouvir o que considerou um “desaforo” voltou e perguntou se o que ele tinha falado fazia referência a ela. “Foi o bastante para ele voltar e me dar o primeiro soco. Tomei um susto e tentei reagir a essa covardia, mas ele foi mais rápido e começou a me bater com mais socos, tudo com muita violência “, relata Jeane.
A administradora conta que foi preciso a intervenção do porteiro do prédio para que o rapaz parasse de dar murros. Desorientada por causa das pancadas e com o rosto muito ferido, ela não conseguiu ir trabalhar, mas teve forças para ligar para a polícia e denunciar a agressão, na esperança de que o vizinho fosse preso em flagrante.
Enquanto ela buscava socorro médico em um posto de saúde do bairro, o rapaz fugiu, segundo ela, com ajuda do pai que esteve no local. “O pai dele é policial e sabia que o filho seria preso em flagrante se permanecesse no prédio. Os vizinhos disseram que ele deu fuga ao filho, por isso os militares que estiveram por lá não o encontraram”.
Na 13ª Delegacia de Tancredo Neves, Jeane registrou a ocorrência e recebeu guia para exame de lesões corporais no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. As fotos que ela tirou logo depois das agressões mostram várias marcas que comprovam a violência. São ferimentos na testa, no olho esquerdo, no nariz, na boca e em outras partes do rosto.
“Nada vai ser mais marcante do que a injustiça. Esses ferimentos vão ser curados com o tempo e com o tratamento, mas eu quero que esse rapaz pague pelo que fez, de acordo com a lei. Espero mesmo que a justiça não fique intimidada pelo fato do pai dele ser um policial. Estou muito abalada”, desabafa Jeane.
O agressor
Jeane Lima denunciou que o agressor foi Matheus Passos, 18 anos, que não aparece no prédio desde a última segunda-feira, dia em que bateu no rosto dela. Ainda de acordo com Jeane, ele completou maioridade no começo deste mês. Jeane, que apontou o nome de Matheus no B.O. da polícia, disse que o rapaz cancelou o perfil que tinha em uma rede social.
Fonte: Agora na Bahia |