Milhares de baianos e turistas irão render, durante todo o dia, homenagens à Iemanjá neste 2 de Fevereiro, no Rio Vermelho. O governador Rui Costa chegou por volta das 6h, visitou a Casa de Iemanjá, na colônia de pescadores, depositou aos pés da imagem um cesto de flores e frutas banhadas em alfazema, e conversou com amigos e fiéis.
Rui disse que gosta de chegar cedo ao Rio Vermelho nesta data, pois é quando vão as pessoas que têm fé, mais tarde o público é mais interessado na festa, em diversão. "É isso que faz a singularidade da Bahia. À Iemanjá eu pedi paz para os baianos. Para as famílias, pedi educação, que é o que transforma as pessoas para melhor".
Para a fisioterapeuta Manueli Carreiro, o dia 2 de fevereiro é mais do que especial e justifica a sua devoção. “Minha mãe não podia engravidar, mas engravidou e eu nasci no dia 2 de fevereiro, às 16h30, que é quando se colocam os presentes nas águas. Então, foi feita a promessa e todos os anos eu coloco no mar a quantidade de rosas que corresponde à minha idade. Este ano são 33 rosas”.
Manueli compra as rosas na barraca de Tânia Maria Pereira, 57 anos, que há 32 vende flores no dia dedicado à Iemanjá. “Eu vim a primeira vez por devoção. Como o negócio da família é floricultura, resolvemos colocar um ponto aqui, e estamos até hoje. A branca significa a paz, o azul e branco é a roupa de Iemanjá, a amarela é a cor do ouro e a vermelha é o amor. Flores são sempre um bom caminho, de paz, harmonia e amor, que é o que a humanidade está precisando”.
A ialorixá Maria Nilda Gonçalves, 67 anos, diz que foi iniciada na religião há 50 por Mãe Menininha do Gantois. Ela acredita que, para Iemanjá atender os pedidos, a rainha do mar observa em primeiro lugar a fé da pessoa e, em segundo, a obediência a tudo o que ela manda. “Eu estava em uma cadeira de rodas, hoje tenho minhas pernas, cuidando da minha casa, dos meus filhos. Eu me formei, me casei, sou educadora, e tudo quem me deu foi Deus, em primeiro lugar, em segundo, Iemanjá”.
Repórter: Raul Rodrigues/GOVBA
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