Wallace Aparecido Souza Silva, de 22
anos, e Jonathan Foudakis de Souza, de 20, presos na noite
de sábado (30)
suspeitos de estuprar na madrugada uma estrangeira em uma van, podem ter ainda
estuprado outra mulher, uma brasileira, no sábado (23), segundo informou neste
domingo (31) a assessoria da Polícia Civil.
Segundo o
delegado Alexandre Braga, da Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat), a
jovem brasileira reconheceu os suspeitos ao ver a reportagem no G1.
Os policiais a pegaram em casa e ela fez o reconhecimento oficial dos dois na
delegacia.
"Ela deu
detalhes muito precisos do físico dos dois, como tatuagens, corte de cabelo,
cor e altura. Eles também passaram basicamente pelos mesmos lugares. Ela também
pegou a van em Copacabana, ia para o Centro do Rio, quando os suspeitos
anunciaram um assalto, mandaram todos os passageiros descer e roubaram e
estupraram a vítima, que foi abandonada em Niterói. Um dos suspeitos
confessou os crimes e falou da participação dos outros dois suspeitos. O outro
preso negou a violência sexual. Estamos obtendo informações para tentar
identificar o terceiro suspeito do caso, que está foragido", contou o
delegado.
O delegado
disse não ter dúvidas quanto a participação dos três suspeitos nos casos de
violência sexual contra a brasileira e os estrangeiros. Segundo Braga, eles vão
responder pelos crimes de estupro, roubo com três causas de aumento de pena -
utilização de arma (eles usaram uma barra de ferro para espancar o rapaz),
concurso de pessoas (quando há mais de uma pessoa praticando um crime) e
privação de liberdade das vítimas por período relevante de tempo - e corrupção
de menores. Segundo as vítimas, um menor de idade, que desceu no meio do
caminho, trabalhava como cobrador da van. As penas somadas podem chegar a 29
anos de prisão.
O caso da
brasileira foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
deNiterói,
na Região Metropolitana, onde a vítima foi abandonada pelos suspeitos. Agora,
os dois casos serão investigados pela Deat.
Os dois
suspeitos são moradores de São Gonçalo,
na Região Metropolitana do Rio, e foram presos por policiais da Deat. Um
terceiro suspeito, cuja identidade não foi revelada, está foragido. Nenhum dos
três tinha antecedentes criminais, segundo a Polícia Civil. À polícia, Jonathan
disse que o terceiro suspeito, que está foragido, teria cometido o crime contra
a estrangeira. Ainda não foi divulgado se eles já têm advogado para representá-los.
Embarque em Copacabana
O delegado Alexandre Braga, da Deat, contou no sábado (30)
que o casal embarcou na Avenida Nossa Senhora de Copacanana, na Zona Sul, em
direção à Lapa, no Centro. Na van estavam apenas Jonathan, que seria o
motorista, e o cobrador, um menor, que desceu durante o percurso. Wallace
embarcou na altura da Rua Duviver, ainda Copacabana.
Outros passageiros entraram em
seguida, mas, em Botafogo, foram obrigados a saltar, quando os suspeitos
anunciaram um assalto. O namorado da turista foi preso com algemas e começaram
os abusos. A única arma usada foi uma barra de ferro, segundo Braga.
Durante as
seis horas em que permaneceram com o casal, os suspeitos pararam em Niterói,
usaram o cartão da mulher para comprar bebidas em um posto e sacar dinheiro em
um Banco do Brasil. Em São Gonçalo subiu o terceiro suspeito, que também
estuprou a vítima.
Como o cartão
da estrangeira estourou o limite, eles voltaram a Copacabana, ao prédio onde o
casal mora, fizeram a mulher subir no quarto e pegar mais cartões, voltaram a
São Gonçalo e realizaram novos saques. Em um posto de gasolina, compraram mais
bebidas e, em outro, abasteceram o veículo.
Os
estrangeiros foram liberados na BR-101, em Itaboraí,
na Região Metropolitana, e procuraram a polícia. Os policiais iniciaram as
investigações e conseguiram prender os suspeitos em casa, em São Gonçalo.
Segundo a polícia, o proprietário do veículo não teria ligação com o crime,
pois não estava presente e apenas o alugava para o motorista. A van fazia o
percurso Niterói-São Gonçalo e a polícia trabalha com a hipótese de eles terem
ido a Copacabana para cometer crimes. |