
Dez policiais militares que atuam ou
atuaram em Rio Real sob o comando do major Florisvaldo Ribeiro, responsável
pela 6ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), respondem a processos
na Justiça por crimes de homicídio, tentativa de homicídio e tortura praticados
no município do nordeste baiano. Reportagem do Correio mostrou que
os rio-realenses vivem um clima de medo, com diversos relatos de abusos cometidos por policiais,
suspeitos até de integrar um grupo de extermínio. Conforme nova denúncia, os
dez PMs respondem a sete processos no Fórum da cidade. Os soldados Lenildo José
da Silva, Valney de Jesus Silva e Anderson Clay Batista dos Santos respondem
por homicídio. Apesar dos processos, segundo o juiz da comarca local Josemar
Dias Cerqueira, os três continuam no trabalho ostensivo. O soldado Edval
Nepomuceno Santana é acusado de tentativa de homicídio e também estaria
trabalhando normalmente em Rio Real. Respondendo a duas acusações, por
homicídio e tortura, o soldado Gildásio João Barbosa da Silva é outro
profissional queainda exerce o ofício na região. Quanto aos casos de tortura,
estão sob investigação o soldado Genildo Oliveira de Lima, lotado na 6ª CIPM,
os soldados reformados Evandro de Souza Alves e Ramon Rodrigues de Lima, além
dos tenentes Leanderson Antônio dos Santos e Marcus Vinícius Pereira Bastos.
Nesta quinta-feira (21), o juiz decidiu retirar sua família de Rio Real. A
mulher e o filho foram levados para outro município. O magistrado teme
represálias após tornar públicos os relatos formais e informais sobre abusos do
grupo liderado pelo major. "Com família, nós não temos segunda chance. Enquanto
a Secretaria da Segurança Pública não der uma solução ao problema, minha
família não fica em Rio Real”, justificou em entrevista ao diário
baiano. O comando da Polícia Militar da Bahia informou que o major
Florisvaldo Ribeiro já foi ouvido e seu destino será decidido nesta sexta (22). |