
Agentes infiltrados participaram de investigação
que durou quatro meses. Polícia prendeu 16 suspeitos de aplicar golpe
'Boa noite, Cinderela' no Rio.
Gravações divulgadas neste sábado (14) pela Delegacia de Apoio ao
Turismo (Deat), que prendeu 16 pessoas suspeitas de aplicar o golpe "Boa
Noite, Cinderela” em turistas em Copacabana, mostram conversas das
mulheres e revelam que elas não agiam sozinhas.
Nos diálogos, uma delas se orgulha
de ter conseguido duas senhas de cartão de créditos de um turista. Em
outra conversa, uma suspeita pede que a amiga vá até a porta do quarto
para pegar o cartão e efetuar o roubo, feito com máquinas próprias para o
débito.
Durante dois dias, foram presas 12 mulheres, que seriam
garotas de programa, e quatro homens, supostamente seus companheiros e
maridos. Os presos foram apresentados na delegacia neste sábado.
Segundo
a polícia, as mulheres responderão por formação de quadrilha, furto,
roubo qualificado e estelionato. Os homens responderão por cafetinagem
de suas próprias mulheres e namoradas.
Para desbaratar a
quadrilha, policiais trabalharam infiltrados em boates de Copacabana.
Segundo a investigação, as supostas garotas de programa abordavam homens
em bares da orla de Copacabana e os levavam para motéis onde eram
dopados. As mulheres então pegavam os cartões de crédito e débito das
vítimas e passavam em máquinas que elas próprias possuíam, debitando até
o limite permitido pelo banco, de acordo com cada cartão.
Depois,
segundo os policiais, elas colocavam os cartões de volta na carteira da
vítima, que só viria a descobrir o golpe na fatura do cartão. Policiais
disseram que um turista chegou a perdeu R$ 80 mil numa noite.
Segundo
o delegado Alexandre Braga, quando ainda estavam em bares ou
restaurantes, as mulheres prestavam atenção na senha que a vítima
digitava para pagar a conta. Quando o cliente estava dopado, elas usavam
a senha para tirar o dinheiro de sua conta. O delegado explicou que as
máquinas de pagamento em cartões que as mulheres tinham estavam em seus
próprios nomes, como se fossem profissionais autônomas, e em nome de
empresas, que a polícia investiga se são dos envolvidos ou de terceiros.
"As mulheres solicitavam às operadoras de cartões a antecipação do pagamento, pagando uma taxa de 3,5%”, explicou o delegado.
Fonte: Barrapesada.com