O acidente
teria acontecido, de acordo com os relatório da polícia, às 15h. A ocorrência
passou para a responsabilidade da Civil às 19h30. Após a negativa, o delegado
pediu novamente o teste para completar o relatório feito pelo sargento, porém,
o oficial negou a requisição do teste e não assinou o documento em que aparecia
como testemunha do caso.  Delegado Leonardo Santa Bárbara
"O
conduzido queria fazer o bafômetro. Quando levei o documento da oitiva para que
o sargento assinasse, ele se negou porque no documento dizia que ele negava a
fazer o procedimento. Desta forma, dei voz de prisão por falso testemunho e
desobediência", diz.
Sargento Wendel
Ao G1,
o sargento afirma que o delegado agiu com abuso de autoridade e apontou uma
arma para seu rosto dentro da delegacia. Ele garante que levará o caso ao
Ministério Público do Acre. Sobre essa acusação, o delegado nega veementemente
e afirma que ao dar voz de prisão ao sargento ele fez menção à sua arma.
"Dei a
voz de prisão, ele pegou na arma dele, eu levantei e pedi que ele permanecesse
da forma que estava. Em nenhum momento apontei minha arma para o rosto dele.
Até porque eu estava acompanhado de outros policiais que podem comprovar
isso", garante.
Após a
prisão do sargento, o delegado disse que informou a ação aos superiores da
Polícia Militar. E a partir daí, de acordo com Santa Bárbara, os militares
começaram uma espécie de convocação para o resgate do sargento. "Os
militares entraram em número bem maior que os civis. Foi um arrastão da Polícia
Militar, com direito a fuzil e metralhadora. Foi uma atitude que gerou dano ao
patrimônio público, agressão e arrebatamento de preso", diz.
Já o
sargento afirma que após o delegado avisar que pretendia autuá-lo por
desobedecer a uma ordem, decidiu ligar para o seu superior, o tenente-coronel
da PM Márcio Alves. Wendel contou que, quando o delegado disse que ia levá-lo
para a cela, contestou, alegando que como policial não podia dividir a cela com
outras pessoas, incluindo o suspeito que tinha levado para a delegacia.
Para Wendel,
não houve invasão ou resgate, e sim uma "ação arbitrária". "Me
agrediram e me puxaram. Foi nesse momento que a PM sentiu que devia me retirar
daquele local, dado que os delegados estavam extremamente exaltados", diz.
Santa
Bárbara reafirma que agiu dentro da lei. "O caso foi passado para a
Corregedoria que vai designar um delegado para tomar as providências
necessárias", informa.
O
tenente-coronel Márcio Alves, apontado como o responsável pela invasão e
resgate, negou em coletiva nesta segunda que houve uma invasão. Ele afirma que
os policiais estavam repassando ocorrências na Defla. "A delegacia se
encheu de ocorrências que não estavam sendo gerenciadas e começaram a vir
policiais naturalmente. Não porque estavam invadindo, mas estavam com demandas",
defendeu.
Em
contraponto, o delegado disse que neste período nenhuma ocorrência foi
registrada e reafirma que os militares estavam atendendo a um chamado para o
resgate do preso.
A informação
é confirmada pelo delegado Rodrigo Noll. "Durante a invasão, não houve
registro de ocorrência, os policiais agiam com gritos de ordem", afirmou
ele que foi chamado no momento do tumulto.
Para
Rodrigo, a PM deve reconhecer a gravidade do ocorrido. "Invadem a
delegacia e o coronel vai à imprensa dizer que é normal. Voltamos à ditadura,
vamos voltar a torturar, a fazer execuções. Isso tem que ser repensado",
finaliza.
Crise deve
ser evitada, diz delegado Alcino
O delegado e membro da Associação de Delegados de Polícia do Acre (Adepol),
Alcino Júnior, também presente no momento da confusão, defendeu a atuação do
delegado Santa Bárbara e disse que o caso precisa ser apurado com rigor. Para
ele, a população deve ser o foco das instituições e uma crise entre as polícias
deve ser evitada.
"Se
tivesse alguma ilegalidade na postura do delegado, outras instâncias são
competentes para julgar. É um fato preocupante. No passado tínhamos o grupo de
extermínio, de repente você desacredita das instituições legais constituídas e
começa a fazer o que acha certo", diz.
Alcino
ressaltou que não é momento de rivalidade entre as bases e que as instituições
devem seguir unidas para que seja garantido à sociedade a Segurança Pública.
"É um fato que precisa ser apurado, não pode ser deixado de lado, porém,
não acredito que haja uma rivalidade entre os delegados e oficiais",
destaca.
Fonte: G1 Vídeo: Terra Tv
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