A distribuição gratuita dos medicamentos contra
hipertensão e diabetes começou hoje em todos os estabelecimentos da rede
Aqui Tem Farmácia Popular. Na Bahia, são 221 unidades. Para ter direito
ao benefício, basta apresentar a receita médica e o documento de
identidade para retirar o remédio. A oferta de
medicamentos gratuitos foi normatizada no início deste mês por portaria
do Ministério da Saúde e viabilizada por acordo com sete entidades da
indústria e do comércio farmacêutico. "Pelo acordo, o Ministério se
compromete a ampliar a oferta de medicamentos pelo programa e o setor
produtivo a reduzir sua margem de lucro sobre cada medicamento, para
que o usuário o leve para a casa sem nenhum custo”, explicou o ministro
da Saúde, Alexandre Padilha. Diagnóstico No
Brasil, a hipertensão arterial é diagnosticada em 33 milhões de
brasileiros. Desses, 80% – ou aproximadamente 22,6 milhões de
hipertensos – são atendidos na rede pública de saúde. Entre os 7,5
milhões de diabéticos diagnosticados no país, seis milhões (80% do
total) recebem assistência no SUS. O aumento da prevalência de
hipertensão, diabetes e obesidade – também conhecidas como "epidemia do
século” – é atribuído a padrões alimentares e de qualidade de vida,
fortemente associados a má alimentação, falta de atividade física e ao
estresse. O envelhecimento da população também contribui com o aumento
da prevalência dessas doenças. Fatores genéticos devem ser
considerados. O programa é desenvolvido pelo
governo federal, em parceria com a rede privada de farmácias e
drogarias que se credenciam espontaneamente ao firmarem convênio com o
Ministério da Saúde.
Com exceção dos medicamentos para diabetes
e hipertensão – que a partir de agora passam a ser gratuitos – o
governo federal financia 90% do valor de referência dos medicamentos no
Aqui Tem Farmácia Popular, cujo orçamento para 2011 é de R$ 470
milhões. Pelo programa, a população tem acesso
a 24 tipos de medicamentos para hipertensão, diabetes e mais cinco
doenças (asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma), além
de fraldas geriátricas. É necessário que o usuário apresente CPF,
documento com foto e receita médica, exigida para evitar a
automedicação. Controle O
ministro Alexandre Padilha anunciou o fortalecimento dos mecanismos de
controle e transparência da rede Aqui Tem Farmácia Popular: blindagem
eletrônica das transações, que repele tentativas de violações à
privacidade do cliente ou usuário dos serviços; implantação de um cupom
vinculado, que conterá informações detalhadas sobre o comprador, o
estabelecimento e o médico que prescreveu aquele medicamento; criação
de um cadastro de vendedores, com controle do acesso de todos os
atendentes das empresas credenciadas; e cruzamento com o Sistema de
Óbito do Ministério da Previdência (Sisobi), excluindo indivíduos
registrados como falecidos que estejam relacionados às vendas
realizadas. "Estamos ampliando a atuação de fiscalização e auditoria do
Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus)”, acrescentou o
ministro. Os medicamentos são o item de maior
peso no bolso das famílias mais humildes: 12% da renda da população
mais pobre é gasta com remédios, contra 1,7% no caso das faixas de
maior poder aquisitivo. |