Além de assistir as apresentações de dezenas de grupos tradicionais que mantêm viva a cultura popular baiana, quem foi à Caminhada Raízes da Bahia, neste domingo (24), no Dique do Tororó, em Salvador, contou com uma série de atividades e serviços oferecidos gratuitamente pelo Governo do Estado, por meio de diversos órgãos e secretarias.
Assim que chegaram ao Dique, cerca de quinhentas pessoas, a maioria mulheres, tiveram a possibilidade de incrementar o visual com turbantes, resultado da ação da Secretaria da Educação do Estado, por meio do Centro Juvenil de Ciência e Cultura. Moradora do Engenho Velho de Brotas, Letícia Souza, 21 anos, nunca havia experimentado o adereço, mas aprovou o resultado. “Adorei. Vou começar a aderir à moda”.
As secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e de Políticas para as Mulheres (SPM) participaram do evento divulgando suas campanhas de enfrentamento ao racismo e de combate à violência de gênero, respectivamente.
A equipe de mobilização do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA) também deu seu recado durante o evento. Além de panfletagem e testes de alcoolemia feitos com etilômetros (bafômetros), os jingles da campanha de prevenção a acidentes para o verão, que ressaltaram a importância de cumprir as leis de trânsito, ganharam o reforço coreográfico de um grupo de bailarinos.
Com a professora Tatiana Campello, a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), por meio da Escola de Dança, permitiu que o público tivesse, na prática, uma noção de como são as aulas de dança afro. “Viemos mostrar para as pessoas o quanto elas podem se desenvolver na dança, sua autoestima, sua identidade cultural. Além de fazer parte deste momento maravilhoso que é a Caminhada Raízes da Bahia”, disse a professora, que também é pesquisadora de dança de matrizes africanas.
Quem deixou a timidez de lado e aproveitou para aprender alguns passos de dança afro foi a auxiliar administrativo Maria Auxiliadora, 51, moradora do bairro Fazenda Grande 3. “É uma grande oportunidade para a periferia aproveitar e curtir. Somos povão e somos elite ao mesmo tempo. Precisamos disso. Temos o que mostrar e temos que aproveitar”.
Além de uma praça de alimentação com produtos variados, a Feira de Economia Solidária, sob a coordenação da Secretaria Estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), foi montada no local e se tornou um atrativo à parte para quem gosta de produtos exclusivos a preços acessíveis. A cozinheira Iraci Corrêa, do bairro de Itapuã, ficou impressionada com a variedade de produtos. “Esse evento de culinária e artesanato, aqui no Dique, antes do Carnaval, é perfeito”.
O titular da Setre, Álvaro Gomes, disse que, além dos artesãos da feira, também foi firmada parceria com cooperativas de catadores de material reciclável, que durante o evento recolheram resíduos sólidos como latinhas de alumínio e garrafas PET (Politereftalato de etileno). “Os catadores estão aqui com todos os equipamentos de proteção individual. O Governo do Estado de preocupa em fortalecer este segmento, que gera emprego e renda na nossa sociedade. Entendemos que é importante promover o trabalho decente também nos grandes eventos”.
Repórter: Jhonatã Gabriel |