O procurador-geral da República, Roberto Gurgel entrou com uma
ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei que regulamentou a
profissão de mototaxistas em 2009, alegando riscos e prejuízos à saúde
dos passageiros que utilizam o serviço.
Como exemplo de descaso a proteção dos usuários, ele citou o município
baiano de Jequié, que, com mais de 148 mil habitantes, teria registrado
mais acidentes com motocicletas do que Salvador. Na época, a população
da capital era de 3 milhões de habitantes e a cidade não possuía o
serviço de mototáxi.
Um
estudo promovido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
(IPEA), também mencionado na ação, teria concluído que os casos graves
de internação de pacientes acidentados com motos tinham um custo
hospitalar médio de R$ 92.314, em valores referentes a abril de 2003.
Os gastos com a reabilitação poderiam chegar a R$ 56 mil nos 18 meses
após o atendimento hospitalar.
Contudo,
o presidente da Associação de Mototaxistas de Feira de Santana, Luis
Santana, alegou que o procurador-geral agiu de má fé quando, na data de
27 de dezembro, moveu ação contra a categoria. "Foi um ato de maldade,
era período de recesso, nós estávamos saindo do Natal para o Ano Novo”,
disse Santana.
Além
disso, o presidente da categoria atribuiu a Associação dos Transportes
Públicos (ANTP) a iniciativa tomada pelo procurador-geral. "Os
empresários estão ansiosos, principalmente os residentes em Minas
Gerais, enquanto que a nossa preocupação é com mais de 3 milhões de
mototaxistas que podem ficar desempregados”, comentou o presidente.
Em
relação às estatísticas, Luis Santana informa que os números são
generalizados em torno de todos aqueles que sofreram acidentes, sem
distinção de pessoas comuns e profissionais de mototáxi.
Feira
Em
Feira de Santana, o número de mototaxistas chega a 500 funcionários da
classe, a cidade é a segunda do Brasil com maior número de
motocicletas. Segundo o presidente da Associação de Mototaxistas da
cidade, ainda não existe uma preocupação dos profissionais com a ação,
pois desconhecem o teor do conteúdo.
Para
protestar contra a ação, os representantes da classe de cada estado do
País vão até Brasília, na próxima semana, comparecer as audiências
marcadas na terça-feira (18) com o senador José Sarney e na
quarta-feira (19) com Ministro do STF, Cezar Peluso. |