Com vista para a Baía de Todos-os-Santos e com uma arquitetura que já é por si só uma atração cultural, o Casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), no Solar do Unhão, em Salvador, abre as portas para exposição que reúne 26 das principais obras modernistas do acervo local. Nomes como Tarsila do Amaral, Cândido Portinari e Di Cavalcanti estão expostos na mostra ‘O Modernismo Brasileiro e o viés baiano’, ao lado de artistas nascidos na Bahia e outros que mantêm forte relação com o estado como Mário Cravo Júnior.
Entre as obras expostas, que compõem o acervo permanente do MAM, estão telas com técnicas diferentes de pintura, uma gravura de Mário Cravo Júnior e tapeçaria de Genaro de Carvalho. Segundo a museóloga e coordenadora do Núcleo de Acervo e Pesquisa Museológica do MAM, Sandra Regina Jesus, as peças contam também parte da história do próprio museu.
“Essas obras juntas são a representação do que foi o início da nossa coleção, incluindo a primeira aquisição, a pintura ‘As Flores’, de Burle Marx. Muitas delas [foram] doadas por empresários e intelectuais da época em que o MAM foi fundado. São peças que já viajaram todo o mundo, emprestadas para participar de diversas exposições, mas que são patrimônio do povo baiano, são parte da nossa história, que precisamos conhecer e reconhecer”, explicou a museóloga.
Entre os visitantes da tarde desta terça-feira (15), a estudante Milena Veloso, do Colégio Estadual Odorico Tavares, foi conhecer pessoalmente o que já tinha ouvido falar na escola. “Eu procurei os museus de Salvador na internet e curti a página [do MAM, no Facebook]. Quando eu vi anunciando uma exposição de arte moderna, lembrei do que tinha aprendido no ginásio e quis vir conferir de perto como são as obras que a gente só via nos livros. Vim com minha mãe e estou achando maravilhoso. Dá pra ver bem, pela idade que têm os quadros, que tudo aqui é muito bem conservado”, afirmou a estudante.
Ciclo de exposições
A exposição temporária faz parte do projeto do MAM de exibir essas e outras obras que não eram expostas há cerca de 10 anos. “Faremos um ciclo de exposições como essa, com recortes temáticos no nosso vasto acervo. Acumulamos informações a partir de obras que representam escolas e movimentos distintos. E é preciso dividir isso com o público, contextualizando com o momento atual, criando condições de acessibilidade a essas obras”, explicou o diretor do MAM, Zivé Giudice.
A exposição, que começou no dia 10, segue aberta ao público até 17 de abril, de terça a domingo, das 13h às 18h, com entrada gratuita. “O museu é um espaço completo, é lugar de oficinas, atividades educativas e sociais, não é um espaço para estudiosos e especialistas, mas é o lugar para o grande público”, acrescentou Giudice.
Repórter: Anna Larissa Falcão