Edson Santos Cruz, segundo a PF o chefe da quadrilhaNove presos da operação Carcará, entre prefeitos e servidores, além do lider do suposto esquema de fraudes em licitações, o empresário da companhia Sustare, Edson Santos Cruz – que negou participar da quadrilha
–, foram encaminhados no fim da tarde desta quarta-feira (10) para o
Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, para a realização de exames de
corpo delito. Eles foram levados em um camburão da Polícia Federal e
cumprirão a prisão temporária na Cadeia Pública de Salvador, localizada
no Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde ficarão à disposição da
Justiça. O último gestor que faltava ser detido, Agnaldo Andrade
(PTdoB), do município de Santa Terezinha, já está na sede da PF. Ele e
os gestores de Lençóis, Marcos Airton Alves Araújo (PR), de Elísio Medrado, Everaldo Caldas (PP), e de Utinga, Joyuson Vieira dos Santos (PSDB),
últimos a chegar, não seguiram com o grupo. Já Antônio Miranda Silva
Júnior (PMDB), de Aratuípe, Ivanilton Oliveira Novais (PSDB), de
Cafarnaum, e Raimunda Silva dos Santos (PSDB), de Itatim, não tiveram a
mesma sorte. No saguão da unidade policial o clima era de desolamento,
com muitos parentes a chorar pela prisão dos acusados. De acordo com a Polícia Federal, que empregou 450 agentes no cumprimento de 82 mandados de busca e apreensão e 49 de prisão, a ação só deteve 32 pessoas de 20 municípios, cujas provas materiais foram encontradas. Segundo a PF, o alcaide de Sapeaçu, George Vieira Gois (PP), embora tenha sumido com o secretário Durval Lago,
não teria que ser encarcerado, apesar de a prefeitura ter sido
investigada. O delegado Cristiano Sampaio, em entrevista coletiva,
revelou que os crimes eram realizados na compra de medicamentos e
merenda escolar, além da realização de obras públicas, em que ainda há
a suspeita de malversação de verbas estaduais.
Ao todo, as cidades movimentaram R$ 300 milhões, desde 2009, em que o
prejuízo aos cofres públicos podem atingir R$ 60 milhões. A Operação
Carcará ainda não foi concluída, pois outras 14 prefeituras, em que
provas substanciais não foram reunidas, serão alvo de apuração na
próxima etapa. |