Dois líderes de uma organização criminosa que sonegou cerca
de R$ 45 milhões aos cofres públicos foram presos na tarde desta terça-feira
(3), durante a operação Grãos do Oeste II. Ela foi desencadeada no município de
Luís Eduardo Magalhães pelo Ministério Público do Estado da Bahia, em conjunto
com a Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap)
e a Secretaria da Fazenda (Sefaz).
Marcos dos Santos Veloso e Thiago Felipe Alves Veloso, pai e filho, são
acusados pela prática dos crimes de sonegação fiscal, furto qualificado por
fraude e formação de quadrilha. Eles tiveram os mandados de prisão expedidos
pelo juízo da Vara Criminal de Barreiras.
Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos
Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica, as Relações de Consumo, a Economia
Popular e Conexos (Gaesf), também foram expedidos
mandados de prisão contra Jailton Florzindo dos Santos, conhecido como Capitão
do milho, e Iomar Evangelista de Moraes Sobrinho, que ainda estão sendo
procurados pela Polícia. Eles são acusados de também integrar a organização que
atuava de forma concatenada, através de empresas fraudulentas, estruturadas em
um esquema de falsidade ideológica, formação de quadrilha e sonegação fiscal.
Ainda de acordo com as investigações, a organização era liderada por Marcos
Veloso, o chefe que elaborava o planejamento tributário fraudulento com o
objetivo de sonegar tributos e que também atuava efetuando clonagem e
autenticação de documentos fiscais.
A quadrilha funcionava falsificando notas fiscais em nome de empresas de
terceiros e Conhecimentos de Transportes e Cargas (CTRCs). Além disso, indica o
Gaesf, eles não recolhiam o ICMS relativo ao transporte. Atualmente, a
organização criminosa estava utilizando rackers, no antigo endereço de uma das
empresas do grupo, para realizar pagamentos de seus tributos com recursos de
contas bancárias de clientes do Banco do Brasil. Notícia-crime apresentada pelo
banco à força-tarefa composta pelo MP, Sefaz e Polícia Civil informa que rackers
utilizaram programas espiões para furtar credenciais de acesso às contas de
clientes do banco, mediante canais de auto-atendimento.
Segundo apurado, eles realizaram transações fraudulentas, tais como
transferências bancárias, pagamento de boletos, quitação de tributos e emissão
de DOC/TED, o que configura fraude eletrônica. A denúncia contra os integrantes
da quadrilha foi recebida pelo juiz da Vara Criminal de Barreiras e faz parte
do planejamento estratégico do Gaesf, que objetiva deflagrar a persecução
criminal contra as principais organizações criminosas que sonegam quantias milionárias
aos cofres públicos baianos.
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