A
presidente Dilma Rousseff decidiu vetar integralmente o projeto que tratava da
criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios. Na mensagem nº 505,
publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), e dirigida ao
presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), Dilma explica os
motivos de ter vetado o Projeto de Lei nº 98, de 2002 - Complementar, citando
contrariedade ao interesse público. A proposta tinha sido aprovada pelo Senado
em outubro, mas a mensagem de Dilma lembra do risco de serem gerados gastos,
sem haver receita suficiente para cobrir tais despesas.
Segundo
a mensagem, o Ministério da Fazenda (MF) foi consultado e manifestou-se pelo
veto ao projeto de lei complementar. O MF argumentou que a medida permitiria a
expansão expressiva do número de municípios no País, resultando em aumento de
despesas com a manutenção de sua estrutura administrativa e representativa. O
ministério argumentou, também, que esse crescimento de despesas não seria
acompanhado por receitas equivalentes, gerando impactos negativos sobre a
sustentabilidade fiscal e a estabilidade macroeconômica. Por fim, o MF lembrou
que haveria maior pulverização na repartição dos recursos do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), o que prejudicaria principalmente os
municípios menores e com maiores dificuldades financeiras.
Na
última sexta-feira, 8, Dilma afirmou que era preciso ter cuidado com a proposta
de criação de municípios, pois não haveria aumento de receitas, mas divisão do
dinheiro existente. "Quanto mais municípios forem criados, menor a fatia
do bolo que fica para outros municípios", afirmou durante entrevista a
rádios gaúchas. O relator do projeto no Senado, Valdir Raupp (PMDB-RO), chegou
a estimar que as novas regras permitiriam o começo do processo de
desmembramento e criação pelo menos 180 municípios. No ano passado, o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) trabalhou com eleições para 5,568 prefeituras, em todo o País. |