É
recorrente a reclamação de gestores públicos municipais sobre o atual pacto
federativo brasileiro. O tema, que já foi alvo de protestos na Marcha dos
Prefeitos a Brasília, voltou a ser questionado por prefeitos baianos ontem,
durante reunião entre prefeitos e presidentes de consórcios intermunicipais
da Bahia, realizada na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB). O foco
do encontro foi levantar uma caravana até a capital federal no próximo dia 15
para clamar a aprovação urgente da PEC 39/2013, que versa pela ampliação de 2%
nos repasses ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Os prefeitos
analisam com demais gestores de suas regiões para fechar todas as prefeituras
no dia 25 de outubro, mantendo apenas os serviços essenciais
funcionando. Uma das principais queixas é a política de desonerações do
governo federal sobre o Imposto sobre Produto Industrializado(IPI),
com impacto direto sobre o montante de recursos transferidos para os cofres dos
municípios. De acordo com estimativas da Receita Federal e do Tribunal de
Contas da União, entre 2009 e 2012, os municípios baianos acumularam prejuízos
de R$ 496 milhões, com essa política de desoneração.
As
reivindicações incluem o volume acumulado de restos a pagarda
União; o impacto financeiro de legislações nacionais como a Lei do Piso do
Magistério; o aumento do salário mínimo acima da inflação e do crescimento da
receita; a omissão das demais esferas no financiamento da saúde; o
subfinanciamento dos programas federais nas áreas de educação, saúde e
assistência social; e a defasagem da Lei de Responsabilidade Fiscal.
De
acordo com a presidente da UPB, Maria Quitéria, a maior preocupação dos
prefeitos é com o fechamento das contas, no momento em que o governo federal
subtrai as verbas destinadas aos municípios. Recentemente, Quitéria esteve em
Brasília para entregar a pauta municipalista da Bahia ao presidente do Senado,
Renan Calheiros. Saiu com a promessa do senador em realizar ainda no mês de
outubro uma sessão especial sobre o pacto federativo e a concentração dos
recursos na esfera federal.
Os
prefeitos reivindicam autonomia financeira e se queixam do subfinanciamento de
mais de 400 programas federais executados hoje pelos municípios. Na próxima
terça-feira, um grupo de representantes entrega uma carta de reivindicações à
presidente Dilma Rousseff, durante a visita prevista para Salvador, e, pela
tarde, busca, na capital federal, pressionar deputados e senadores pela
agilidade na tramitação da pauta municipalista no Congresso. Fonte: Voz da Bahia |