Dos
186 municípios em situação de emergência da Bahia, 45 estão na lista do
PAC II, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para serem
contemplados com retroescavadeiras. Contudo apenas 12 estão agendados
pelo MDA para receber ainda este mês. Com o intuito de agilizar a
entrega das máquinas para os outros 33 municípios e garantir o mesmo
benefício para os outros 141, o presidente da União dos Municípios da
Bahia (UPB), prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, juntamente com uma
comitiva de prefeitos, reuniu-se, na tarde da terça-feira (03), com
Márcia Quadrado, diretora executiva do MDA. "Temos
muitos pedidos emergenciais e estruturantes para combater os efeitos da
seca. Mas, é unânime entre os prefeitos a necessidade por maquinário
para limpeza das aguadas, barragens, açudes e escavação de poços.
Precisamos que o MDA libere estas máquinas com a maior agilidade
possível", afirma o prefeito Luiz Caetano. A outra pauta defendida foi a
prorrogação das dívidas dos agricultores familiares e a liberação
imediata do seguro-safra.
Líder
da bancada dos deputados, o deputado federal Nelson Pelegrino corrigiu
que, "53 municípios que estão em emergência já conseguiram as máquinas,
as outras podem vir da emenda parlamentar de bancada. Um total de R$ 25
milhões que podem comprar quase 60 máquinas. O complemento do dinheiro
para compra do restante das máquinas resultaria de uma articulação da
bancada com a Presidência e o MDA para liberação de empenho". Segundo-tesoureiro
da UPB, o prefeito de Brumado, Eduardo Vasconcelos, salientou que, "o
MDA poderia agilizar também a liberação de algumas emendas dos
municípios que estão em situação de emergência, pois muitas delas
ajudariam com recursos que poderiam ser utilizados também no combate à
seca". Sobre
as emendas o deputado federal Valmir Assunção acrescentou que,
"precisamos de pressão política aqui em Brasília para garantir a
liberação de crédito emergencial pela Presidência. Se não for assim, de
nada adiantará as emendas individuais dos deputados". Em
resposta as demandas apresentadas pelos prefeitos, a diretora executiva
do MDA, Márcia Quadrado, informou que, "referente à disponibilização
das máquinas não podemos redimensionar os destinatários, pois é
resultado de um processo seletivo de 2010. A saída está na emenda da
bancada que destina R$ 25 milhões para isso". Referente
à prorrogação das dívidas da agricultura familiar, Márcia Quadrado
informou que, "recepcionamos uma proposta do governo do estado nesse
sentido. Estamos em análise na área de crédito, mas ainda é uma
proposição que precisamos tratar no governo. Depois da análise, faremos
um diagnóstico sobre os números de agricultores nessa situação e o
número de parcelas a vencer. Depois encaminharemos ao Ministério da
Fazenda". No
tangente ao garantia-safra, a diretora executiva do MDA informou que,
"desde de 2011 estamos trabalhando para agilizar estes recursos com
agilidade. Só precisamos que os municípios cumpram com os pré-requisitos
burocráticos e de comprovação da necessidade dessa antecipação para que
agilizemos os processos". Participaram
da reunião no MDA cerca de 60 prefeitos, os deputados federais, Daniel
Almeida, Valmir Assunção, Josias Gomes e Nelson Pelegrino, e alguns
assessores de outros deputados baianos. Municípios baianos podem suspender aulas por causa da seca A
situação da seca que atinge mais de dois milhões de habitantes baianos,
destruindo lavouras e pastagens, matando animais de sede e fome,
derrubando a economia no interior baiano, levando 186 municípios a
decretarem situação de emergência, pode trazer mais prejuízos à
população. Isso porque alguns municípios já anunciaram que podem
suspender as aulas e até mesmo serviços na área de saúde. Em reunião no
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Brasília, os prefeitos
alertaram para a gravidade futura da seca. Preocupado
com a situação, o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB),
prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, alerta que, "a seca está apenas
começando e já estamos nessa situação. A União não pode esperar que o
caso se agrave para dar celeridade as nossas demandas. Escolas, postos
de saúde e até outros serviços podem parar nos municípios. Isso será o
caos". Segundo-secretário
da UPB, o prefeito de Maracás, Nelson Portela, testemunhou que,
"administro um município dentro da área da seca. Está cada vez mais
difícil. Alguns municípios suspenderão as aulas a partir da semana que
vem por falta de água. Se não forem tomadas medidas emergenciais, alguns
prefeitos correm o risco de parar além da educação, os serviços da
saúde também". O
prefeito de Ruy Barbosa, José Bonifácio, fez um alerta estarrecedor. "É
importante destacar que estamos apenas no começo da seca. Passou o
período chuvoso e não choveu. E a previsão agora é de que só deve chover
em outubro ou novembro. Desde de 1942 que a Bahia não vê uma seca como
essa. Então se não tivermos respostas da União e do Estado com recursos e
ações imediatas, vejo que os municípios não pararão apenas a educação e
alguns serviços da saúde, mas tudo irá parar". O
deputado Josias Gomes destacou que, "esse problema tem que ser remetido
à Presidência da República para formação de uma comissão para tratar a
seca como tratamos de outros temas de calamidade pública no país. Os
membros dessa comissão deveriam ir até o Nordeste analisar de perto essa
situação. Do contrário, breve sairemos de situação de emergência para
calamidade, com saques pelas cidades, retirantes nas estradas migrando
para os grandes centros e paralização de todos os serviços públicos". De
acordo com deputado Valmir Assunção, a União precisa tratar a seca com a
mesma intensidade com que trata calamidades causadas pelas chuvas. "O
que buscamos agora é ampliar a atenção do MDA para todos esses 186
municípios. Quando acontece situação de emergência por causa de cheias e
alagamentos a ação é imediata. Mas, quando acontece a questão da seca a
ação é lenta. Mas, o prejuízo da seca é até maior do que qualquer
calamidade por causa da chuva. Por isso buscamos a mesma agilidade no
atendimento das demandas dos municípios baianos".
Prefeitos baianos são recebidos pelo ministro da Integração Nacional Uma
comitiva formada por mais de 60 prefeitos baianos, liderada pelo
prefeito de Camaçari, presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB),
Luiz Caetano, se reuniu com o ministro da Integração Nacional, Fernando
Bezerra, em Brasília, na terça-feira (03), para solicitar novas
intervenções no ministério no combate aos efeitos da seca na Bahia. Ao
apresentar a pauta de demandas ao ministro, o prefeito Luiz Caetano foi
incisivo ou afirmar que, "na semana passada o ministério liberou R$ 200
mil para cinco municípios baianos combaterem os efeitos da seca. O que
todos aqui querem, primeiramente, é que este mesmo recurso seja
destinado a todos em situação de emergência. Também precisamos de
carros-pipa e de recursos para cestas básicas e perfuração de poços. A
situação está tão complicada que a barragem de Miroró pode para o
abastecimento de mais de 20 cidades a qualquer momento". Em
resposta as demandas dos prefeitos, o ministro Fernando Bezerra revelou
que, "vamos conversar com a presidenta Dilma até quinta-feira
solicitando a edição de uma nova medida provisória abrindo crédito
extraordinário para fazer face à situação que se agrava no Nordeste.
Acredito que a presidenta assina essa medida até o dia 23 de abril para
que então possamos fazer uma séria de anúncios de obras e serviços para
materializar os pedidos dos prefeitos". Fernando
Bezerra destacou que o governador Jaques Wagner já havia solicitado
mais R$ 10 milhões ao Ministério para destinar aos municípios. "Em
relação ao reforço nos recursos que anunciamos na semana passada na
Bahia, o governador, vendo que esse recurso era pouco, sugeriu que
consigamos mais R$ 10 milhões". Contudo o ministro pediu a compreensão
dos prefeitos. "O que precisamos é evitar duplicidade de recursos para
municípios, para evitar injustiças. Favorecendo demais a alguns e
deixando outros de fora. Por isso precisamos de uma relação dos
municípios para processar estes recursos diretamente para os mesmos ou
enviamos para o governo do estado e este faz o repasse". Para
que o dinheiro seja enviado diretamente para os municípios, o ministro
explicou que, "os recursos são repassados através da Defesa Civil. E
estes são pagos através do cartão de pagamentos da Defesa Civil". Para
adquirir o cartão os prefeitos precisam enviar para as Câmaras
Municipais um projeto de lei criando a Coordenação Municipal da Defesa
Civil. EM seguida devem ir até a Receita Federal gerar um CNPJ próprio
para a Defesa Civil. Com estes documentos em mãos poderá ir até o Banco
do Brasil abrir a conta. Mais informações para obter o cartão estão no
site do Ministério da Integração Nacional.
Comissão de prefeitos definirá critérios para repasse de verbas a municípios em estado de emergência Durante
a reunião com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, na
noite da terça-feira (03), em Brasília, a caravana de prefeitos
organizada pela União dos Municípios da Bahia (UPB), atendendo ao pedido
do ministro, criou uma comissão que se reunirá nesta quarta-feira mais
uma vez com o ministro e representantes do governo da Bahia, para
definir os critérios do repasse de recursos para os municípios atingidos
pela seca. "O
ministro nos pediu critérios para que os recursos atendam de forma
justa aos municípios, para que o que precisa mais não receba menos do
que aquele que precisa menos e também evitar que uns recebam duas vezes e
outros não. Com isso escolhemos uma comissão com prefeitos experientes,
com presidentes de associações regionais e consórcios, para se reunirem
com o ministro", afirmou o prefeito Luiz Caetano, presidente da UPB. Como
critério principal para definir o valor dos recursos para os
municípios, os prefeitos foram unânimes no uso do cálculo do FPM (Fundo
de Participação dos Municípios). Outra unanimidade entre os gestores é
que a menor parcela seja de R$ 200 mil, uma vez que se for dividir R$ 10
milhões entre os 186 municípios, cada um receberá algo entorno de R$ 53
mil, valor descartado pelos prefeitos que alegam que dariam apenas para
30 dias de ações como pagamento de carros-pipa e maquinário para
limpeza de aguadas, açudes e barragens. Aproveitando
a criação da comissão, o ministro Fernando Bezerra ressaltou que, "o
combate à seca na Bahia não deve ser feito apenas por um ou dois
Ministérios. Mas, deve ser encabeçado por todos os Ministérios, num
trabalho interministerial. Só assim poderemos enfrentar os efeitos dessa
que pode ser uma das maiores secas na história do Nordeste". Prefeitos podem retornar à Brasília na terça para encontro com a presidenta Dilma Rousseff
Durante
as reuniões ocorridas na última terça-feira (03) em Brasília, onde mais
de 60 prefeitos representaram os 186 municípios em estado de emergência
em reunião nos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Integração
Nacional, o prefeito Luiz Caetano, presidente da União dos Municípios da
Bahia (UPB), acionou a bancada dos deputados baianos para que esta
marque uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff na próxima
terça-feira (10) para discutir um decreto presidencial com ações
imediatas no combate à seca no Nordeste.
"Já
fiz o pedido à bancada para agendar esta reunião com a presidenta Dilma
e com a ministra Ideli Salvatti para debatermos medidas presidências
para ajudar os prefeitos a combaterem os efeitos da seca", disse Luiz
Caetano.
Líder
da bancada dos deputados baianos no Congresso Nacional, o deputado
federal, Nelson Pelegrino garantiu que, "toda a bancada se mobilizará em
torno dessa audiência com a presidenta. O que não podemos é deixar os
dias passarem sem uma medida emergencial, pois o povo baiano morre de
sede".
André Damasceno
Ascom - UPB Jornalista D.R.T. 2532 BA
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