Seis denúncias apresentadas pelo Ministério Público estadual contra
os prefeitos dos municípios de Presidente Jânio Quadros, Cipó, Candeal,
Novo Triunfo e Caetanos foram recebidas pelas 1ª e 2ª Câmaras Criminais
do Tribunal de Justiça. A maioria deles são acusados de utilização
indevida de recursos públicos e processos licitatórios irregulares.
O prefeito de Novo Triunfo, José Messias Matos dos Reis, é acusado,
pelos promotores de Justiça José Jorge Meireles Freitas e Carlos Artur
Pires, de homicídio culposo. Ele descumpriu decisão judicial que o
obrigava a fornecer meios para o deslocamento ao tratamento médico de
uma pessoa carente. Segundo os promotores conduta omissiva do prefeito
foi determinante para a morte de José Alessandro Hungria.
Novo Triunfo
Segundo os promotores, o prefeito José Messias Matos dos Reis, desde
que assumiu o Poder Executivo, começou a dificultar o deslocamento de
José Hungria para Salvador, cidade onde ele até então se submetia a
tratamento médico e recebia do Estado medicação indispensável no seu
tratamento.
O MP já havia acionado a Justiça para garantir o transporte, mas o
prefeito mesmo sem ser médico, chegou a declarar em Juízo que José
Alessandro Hungria não era portador de necessidades especiais. Para os
promotores, a falta do transporte para conduzir José Hungria a Salvador
foi determinante para a sua morte.
Presidente Jânio Quadros
O prefeito José Cunegundes Vieira foi denunciado por desviar rendas
públicas em benefício de terceiros e realizar despesas em desacordo com
as normas financeiras, assinalaram os promotores de Justiça José Jorge
Meireles e Márcia Câncio.
O gestor apresentou ao Tribunal de Contas dos Municípios notas, num
total de R$ 166.460,61, que teriam sido pagas a empresas que não
existiam de fato, não tinham inscrição estadual e cujos proprietários,
assim indicados nos documentos, negaram ter feito qualquer negócio com
o Município.
Contrariando as normas financeiras, o prefeito emitiu ainda dois
cheques nos valores de R$ 11.500,00 cada, os quais foram endossados
pelo prefeito e sacados pelo próprio Município, não havendo na
Prefeitura qualquer processo de pagamento referente a eles.
Candeal
Também é acusado de realizar despesas em desacordo com as normas
financeiras o prefeito José Rufino Ribeiro Tavares Bisneto. Durante o
ano de 2008, ele emitiu 36 cheques sem fundo, totalizando R$ 64.497,64.
Como os cheques não tinham fundos, o Município teve que pagar R$
1.164,90 de taxas bancárias.
Caetanos
O prefeito Antônio Rocha da Silva, é acusado de, em 2007, fragmentar
despesas indevidamente para burlar processo licitatório, adquirindo
bens e contratando serviços diretamente. Além disso, as contas do
Município foram rejeitadas pela Corte de Contas, já que mais de R$ 2
milhões foram gastos dessa forma.
Cipó
Jailton Ferreira de Macedo fragmentou despesas para fugir à
obrigatoriedade da licitação e é acusado pelos membros do MP de
adquirir materiais para manutenção do hospital e medicamentos para os
postos de saúde, gastando mais de R$ 130 mil em compras fracionadas.
Jailton é alvo ainda de uma outra denúncia apresentada em razão da
utilização indevida de recursos públicos e também por fracionamento
ilegal de despesas. De acordo com os promotores de Justiça José Jorge e
Carlos Pires, o prefeito adquiriu material de construção durante todo o
ano de 2005 e gastou pelo menos R$ 46.676,90 de maneira irregular para
firmas dos parentes do gestor.
Fonte: Correio |