O apagão que atingiu oito Estados da
região Nordeste, na noite da última quinta-feira (3) resultou na
interrupção das atividades nas empresas do Polo Petroquímico de
Camaçari, principalmente das empresas que operam no segmento
químico/petroquímico, durante cinco dias, devido à falta de energia
elétrica. O presidente do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari
(Cofic), Manoel Carnaúba, informou que os prejuízos ainda estão sendo
levantados, mas observou que, além do golpe sofrido pelas empresas,
haverá danos significativos para a economia baiana como um todo.
"Ainda é precoce falar em
números, mas é preciso lembrar que o Pólo de Camaçari representa 33% do
PIB (Produto Interno Bruto) da Bahia e um dia parado representa um
perda significativa”, ressaltou o presidente do Cofic.
ENGARRAFAMENTOS –
Na manhã desta sexta-feira (4), a partir das 7h30, foram dispensados os
funcionários administrativos de 30 empresas situadas no complexo
industrial. Todas as vias de acesso foram bloqueadas e os trabalhadores
mandados de volta para casa. Apenas os funcionários ligados à operação
e manutenção tiveram acesso liberado.
O fato gerou grande
engarrafamento nas rodovias de acesso ao Polo. A razão do bloqueio
demorou a ser explicada, o que motivou muitas especulações, como a
possibilidade de estar ocorrendo vazamento de gás ou produtos tóxicos.
A justificativa só veio por volta das 9h, quando o Cofic distribuiu uma
nota oficial, tranquilizando a comunidade ao garantir que as condições
de segurança na área estavam asseguradas.
"Por questão de segurança, limitamos o acesso ao Polo. Ficamos mais de
duas horas sem energia elétrica e, por isso, os equipamentos pararam de
funcionar”, explicou Manoel Carnaúba. Segundo ele, não houve registro
de vazamento de gases tóxicos. "É bom esclarecer que todas as medidas
de segurança foram tomadas. No que diz respeito aos produtos químicos,
armazenamos o que foi possível armazenar e o restante está sendo
queimado”, esclarece o presidente do Cofic.
De acordo com informações extraoficiais, a decisão de interromper o
acesso à área do Polo e a adoção de medidas preventivas se deu por
causa de um problema na indústria White Martins, que é responsável pelo
fornecimento de nitrogênio para o resfriamento das companhias
instaladas no complexo. O apagão teria interrompido a distribuição do
gás, o que obrigou a adoção do plano preventivo, com o isolamento da
área e a retirada dos funcionários de setores administrativos. O acesso
ao Polo só foi liberado no final da manhã.
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