Duas adolescentes de 14 e 15 anos alegam terem sido vítimas de estupro
coletivo, durante um rodeio na madrugada de segunda-feira (2) em Cunha,
no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Elas teriam sido dopadas e,
desacordadas, ficaram à mercê de um grupo de homens durante cerca de
cinco horas.
A Polícia Civil acredita que as meninas podem ter sido violentadas por
seis homens. Dois suspeitos, de 32 e 33 anos, foram presos e admitiram
que se relacionaram com as garotas, mas alegam que houve consentimento.
A polícia já identificou um terceiro suspeito - ele levou o celular de
uma das jovens. As garotas foram ao rodeio, evento tradicional na
cidade, na companhia de uma tia. Quando a mulher decidiu ir embora, elas
ficaram no recinto da festa.
Conforme o relato das garotas, o dono de uma barraca de bebidas ofereceu
cerveja e elas aceitaram, mas logo depois de beberem, as duas teriam
passado mal. A menina mais nova desmaiou e a outra tentou socorrê-la,
mas também ficou desacordada. Ela acordou horas depois, nua, em um
galpão reservado a funcionários do evento.
A garota de 15 relatou ter visto vários homens no local, um deles
seminu, sobre a sua colega que também estava nua. Sem conseguir reagir,
ela voltou a desmaiar. Quando as duas acordaram, o dia já estava
amanhecendo e ainda havia homens no local. As adolescentes saíram do
galpão e foram à procura da tia, relatando o que tinha acontecido.
Depois de passarem pelo Conselho Tutelar, as garotas foram levadas à
Polícia Civil.
Uma equipe de policiais foi ao local da festa, que estava sendo
desmontado, e deteve os dois suspeitos. Eles foram reconhecidos pelas
vítimas. O delegado Paulo Sérgio Barbosa, que investiga o caso, acredita
que um dos suspeitos pode ter colocado alguma substância na bebida dada
às garotas. Segundo ele, a alegação de que as adolescentes consentiram
com as relações sexuais não ameniza o crime pois elas estavam
embriagadas e, ainda assim, negam o consentimento.
As meninas relataram que estavam com dores e passaram por exames de
corpo de delito. As jovens também receberam atendimento médico. A
polícia requisitou a relação de pessoas que trabalharam no evento - a
maioria reside em outras cidades.
Os organizadores alegaram que os suspeitos fazem parte de uma equipe
terceirizada e que a empresa colabora com as investigações. A prefeitura
de Cunha informou que apenas cedeu o espaço para a realização do
rodeio.
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