A Polícia Civil de São Paulo decidiu infiltrar
investigadores nos protestos contra o aumento de tarifas do transporte urbano e
rastrear a web para tentar identificar os manifestantes que depredaram e
incendiaram ônibus e estações de Metrô na capital. O G1 apurou que ao
menos 30 manifestantes já foram identificados. Eles poderão ser
responsabilizados pelos danos causados ao patrimônio público e privado e também
serem enquadrados no crime de formação de quadrilha.
A identificação dos manifestantes suspeitos de
vandalismo é feita com informações de policiais disfarçados nos protestos e por
meio do rastreamento pela internet das páginas dos movimentos envolvidos nos
atos. Pessoas que estão postando mensagens em redes sociais incitando o
quebra-quebra também poderão responder por apologia ao crime. O Movimento Passe
Livre (MPL) tem organizado os protestos pela web. Nesta quinta-feira (13), é
prevista a quarta passeata em menos de uma semana. A concentração deverá ser feita
às 17h na frente do Teatro Municipal, na região central. O MPL promete transformar o ato em
"comemoração" caso um acordo, que prevê o antigo preço de R$ 3 por 45
dias, seja aceito pela Prefeitura e pelo governo de São Paulo.
Os protestos das últimas quinta (6) e sexta-feira
(7) e o de terça-feira (11) deixaram um rastro de destruição na região da
Avenida Paulista e no Centro da cidade. De acordo com a 1ª Delegacia Seccional,
27 manifestantes foram detidos no período. Dez foram acusados de danos e
formação de quadrilha.
"Estamos
infiltrando policiais nos protestos e rastreando a web para identificar os
manifestantes que cometeram vandalismo”, diz o delegado-assistente da
seccional, Luis Francisco Segantin Jr., que também é responsável pelo setor de
inteligência da delegacia.
"As pessoas serão identificadas para serem responsabilizadas”, afirma Segantin
Jr., que também analisa imagens gravadas por câmeras de segurança e emissoras
de TV para identificar os manifestantes.
Nas ocorrências registradas pelo 78º Distrito
Policial, nos Jardins, e pelo 1º DP, na Sé, foram presos professores,
estudantes, jornalistas, publicitário, metalúrgico, editor, artista, autônomo e
desempregada entre as 13 pessoas que continuavam detidas na tarde de quarta.
Eles são acusados de cometer danos a patrimônio e formação de quadrilha.
Somadas, as penas desses crimes superam quatro anos de prisão. Nesse caso,
somente a Justiça pode arbitrar fiança para que os indiciados sejam soltos.
Cerca de 5 mil manifestantes participaram do último
protesto, segundo a PM. O movimento contabilizou 20 mil. Fonte: G1.com
|