Os quase R$ 15 milhões apreendidos após troca de tiros entre policiais civis de São Paulo e Minas Gerais na última sexta-feira (19) é todo falso, segundo informações da Polícia Civil de Minas Gerais.
Também foram apreendidos celulares, armas, munições e veículos. A
Polícia Civil de Minas Gerais continua investigando o caso e aguarda a
perícia no local do crime e a necropsia das vítimas.
O policial Rodrigo Francisco, 39 anos, da corporação mineira foi morto
no confronto. O empresário Jerônimo da Silva Leal Junior, de 42 anos,
atingido no abdômen, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
Nove agentes da polícia paulista foram presos. O dinheiro, distribuído
em diversas malas recheadas de notas de R$ 100, estava no estacionamento
do Hospital Monte Sinai, na cidade de Juiz de Fora (MG).
As Secretarias de Segurança Pública (SSP) de Minas Gerais e de São
Paulo se manifestaram por meio de nota. Segundo a SSP mineira, "4
policiais civis de São Paulo foram autuados em flagrante por lavagem de
dinheiro e outros 4 foram liberados. Além disso, que o proprietário do
dinheiro falso foi autuado por tentativa de estelionato e um segurança,
também de São Paulo, que está internado em estado grave, foi autuado por
homicídio”.
Também informa que "os policiais civis mineiros, envolvidos na ação,
foram autuados em flagrante por prevaricação, quando um funcionário
público deixa de exercer sua função, ou a exerce contra a lei. No caso,
eles estavam agindo como seguranças particulares”.
A Secretaria Pública de São Paulo informou que "delegados da
Corregedoria da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Judiciária da
Capital paulista estão em Juiz de Fora em contato constante com a
Polícia Civil mineira para auxiliar pessoalmente nas investigações, a
fim de apurar todas as circunstâncias do caso. A SSP ressalta que não
compactua com desvios de conduta de seus agentes e os envolvidos na
ocorrência devem responder criminal e administrativamente por eventuais
irregularidades cometidas”.
Entenda o caso
Na sexta-feira (19), 10 policiais civis de São Paulo foram detidos por
agentes civis de Minas Gerais após o confronto, que terminou na morte de
um policial mineiro durante a tarde. A troca de tiros ocorreu no
estacionamento do Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora (MG).
De acordo com informações da polícia de Juiz de Fora, os policiais
paulistas teriam trocado tiros com os policiais civis de Minas Gerais.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, um policial mineiro morreu e um
homem de São Paulo, que não é policial, foi baleado.
Os policiais paulistas foram detidos e levados para a delegacia de
plantão de Juiz de Fora, onde quatro permanecem. O caso foi registrado e
a Polícia Civil de Minas Gerais investiga o caso.
A assessoria do Complexo Hospitalar Monte Sinai, de Juiz de Fora, informou ao R7
que o caso ocorreu no estacionamento do Centro Médico, prédio do
complexo onde estão os consultórios. Segundo o hospital, o caso resultou
em uma morte e dois feridos. A vítima fatal era um policial civil de
Minas.
Segundo o boletim de ocorrência, a quantia era formada apenas por notas
de R$ 100 e, em sua maioria, "aparentam ser falsas", embora existam
algumas verdadeiras (veja mais fotos da grana ao final da reportagem).
O dinheiro estava dentro de seis malas no porta-malas de um Toyota
Etios, cinza, com placas de Belo Horizonte. O veículo, que estava
estacionado no hospital, foi apreendido.
Apuração do crime
Uma das hipóteses investigadas é que tiroteio ocorreu durante a
negociação de um lote de medicamentos para anestesia, fruto de
contrabando, para o hospital. Agentes civis de Minas Gerais teriam
descoberto a transação e foram ao local para apreender o dinheiro.
A apuração preliminar aponta que o policial mineiro foi morto por um
informante, que acompanhava os policiais civis de São Paulo. Ele seria
irmão de um dos agentes de segurança paulistas.
Outra versão sustenta que supostos empresários paulistas contrataram a
escolta de policiais civis para acompanhá-los durante uma troca de reais
por dólares, que ocorreria em Juiz de Fora.
Os reais falsos teriam sido levados para Minas Gerais de avião
particular e, na outra ponta da operação clandestina de câmbio, estaria
um empresário de Juiz de Fora, um estelionatário conhecido da polícia.
A negociação deu errado — possivelmente porque o homem que portava os
dólares percebeu se tratar de notas falsas de reais — e houve uma troca
de tiros. A suspeita é de que os empresários paulistas tenham fugido com
os dólares no mesmo avião que os levou até a cidade mineira.
Quanto aos feridos, o hospital informou que um deles levou um tiro no
abdômen, passou por cirurgia e agora está sedado na UTI (Unidade de
Tratamento Intensivo). O outro foi alvejado no pé, também passou por
cirurgia e agora descansa em um dos apartamentos do hospital. Ambos
estão escoltados pela polícia militar local. Fonte: R7
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