Em clima de revolta, mas de forma pacífica, a comunidade de
Porto Feliz interditou a BA 052, Estrada do Feijão, que liga Irecê a
Salvador, desde às 11 horas da manhã.
Os manifestantes buscam justiça pela morte de André Araújo de Oliveira, 32 anos,
ocorrido sábado após uma operação desastrosa da Polícia Civil de
Jacobina e Irecê. Familiares e amigos pedem que o Governo do Estado se
pronuncie pelo ocorrido, que os culpados sejam afastados e que seja
aberta uma investigação para sejam punidos.
André Araujo
Segundo Emerson Gomes Silva, 27 anos, que estava com
André no veículo e também foi baleado, os dois saíram de Porto Feliz
por volta das 7:00 horas com destino a Utinga para comprarem defensores
agrícolas para a roça de feijão de André quando nas proximidades do
povoado de Duas Barras André avistou homens saindo do mato e falou,
"Olha ai ó” diminuiu a velocidade e baixou a mão para baixar os vidros,
neste momento André levou o primeiro tiro.
"Quando André levou o tiro ele
caiu em cima de mim e o pé dele enganchou no acelerador e o carro saiu
desgovernado, logo em frente havia uma barreira da polícia e começou a
atirar, foram muitos tiros antes que um deles mandasse cessar fogo.”
Conta a vítima que ainda nos disse que ao parar os tiros gritou "eu sou
borracheiro, eu sou borracheiro”.
Os policiais o mandaram sair do
carro e um deles o reconheceu "é o borracheiro de Porto Feliz” mas
mesmo assim o algemaram e o colocaram em cima da carroceria do carro de
policia, o levaram para o hospital depois para a delegacia, relatou a
vítima.
Os policiais estavam em busca
dos assaltantes do banco de Tapiramutá ocorrido sexta-feira quando a
agência já estava fechada, esse é o segundo assalto que o município
sofre em menos de um mês, o quarto assalto a banco ocorrido no município
em menos de um ano, sem falar nos assaltos ocorrido nos bancos
expressos e até mesmo furtos e assassinatos. Não há segurança na cidade,
apenas dois policiais Militares dão plantão por dia.
O clima de insegurança é
evidente e com essa ação da polícia mostrou o despreparo dos que havia
de dar segurança. "É necessário que o Estado puna os responsáveis por
essa barbaria já que nós deveríamos confiar na polícia não ter medo
dela, não acreditar e ver que situações como esta acontecendo, a nossa
dor hoje é muito grande, é um pai que enterrou o seu filho, uma esposa
viúva e uma criança que crescerá sem um pai”, relata um familiar que não
gostaria de ser identificado.
Emerson ainda está muito
abalado com o ocorrido e prefere preservar a sua imagem, com receio e
medo. Os policiais que estavam envolvidos na ação foram da policia civil
de Morro do Chapéu, Irecê e Jacobina. Até o momento ninguém quis se
pronunciar sobre o assunto.
Fonte: Gazeta da Chapada
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