A Polícia Federal concluiu, ontem, o inquérito que investiga fraude de
R$ 1,3 milhão no programa federal de desarmamento e resultou na prisão de cinco
pessoas na semana passada. Entre elas, o coordenador da ONG Mov Paz Brasil,
Clóvis Nunes.Segundo o delegado federal Wal Goulart, em Feira de Santana (a 108 km de
Salvador), há provas suficientes que incriminam os suspeitos. "Todos estão
indiciados por peculato doloso e eletrônico, formação de quadrilha e em outros
artigos da lei do desarmamento. Não tenho dúvidas da participação de cada um
deles”, afirmou.Dos envolvidos, a PF ainda procura o casal Robson Santana de Souza e
Edscley Fontes Macedo, de Cícero Dantas. Os presos no Conjunto Penal de Feira
de Santana foram liberados terça-feira e responderão em liberdade. Entre eles,
Clóvis e o irmão Carlos Nunes, responsáveis pela Casa da Paz, que recolhia
armas na cidade.
"Se houve fraude, foi no 1º BPM, único credenciado em Brasília como
local de entrega voluntária de armas, e não na Casa da Paz. Confiei na Polícia
Militar e no voluntário (Carlos Nunes) e fui traído pelos dois”, disse Clóvis
Nunes em entrevista coletiva ontem.
Sobre o vazamento da senha de acesso ao programa que gera boletos para
pagar a indenização por armas entregues, disse que nunca teve acesso. "PMs
afirmaram em depoimento à PF que repassaram a senha para meu irmão. Não posso
responder pelos erros dele”, destacou."Fui procurado por ele para cadastrar armas artesanais. Como me neguei,
ele disse que estava prejudicando a campanha. Agora, vem dizer que a culpa é da
PM, muito estranho”, rebateu o cel.Adelmário Xavier, do Comando de Policiamento
Regional Leste (CPRL).
Por: Alean Rodrigues (A Tarde). |