Petroleiros de todo o
país iniciaram hoje (3), dia em que a Petrobras comemora 60 anos, uma
paralisação de 24 horas que atinge funcionários nas plataformas, refinarias,
nos terminais e escritórios da estatal e subsidiárias. Os petroleiros
reivindicam a suspensão imediata do leilão do campo de Libra no pré-sal,
previsto para o próximo dia 21. Além disso, são contrários à terceirização de
mão de obra e exigem reajuste no salário-base que, segundo eles, não ocorre há
17 anos.
Está previsto para o
início da tarde um ato dos petroleiros, que seguirão em caminhada para a
Cinelândia, no centro da cidade, em apoio a greve dos professores da rede
municipal. Mais tarde, os manifestantes vão se concentrar na Praça XV, também
na região central.
O protesto é organizado
por movimentos sociais que integram a campanha O Petróleo Tem Que Ser Nosso e
pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindpetro-RJ). Há mais de dez dias,
funcionários da Petrobras e representantes de movimentos sociais estão
acampados em frente ao edifício-sede da estatal, no centro. Desde então, a
Polícia Militar reforçou o efetivo em torno do edifício.
De acordo com o diretor
da Federação Nacional dos Petroleiros, Edson Munhoz, a categoria quer que a
exploração e a produção de petróleo sejam totalmente estatais e que os recursos
sejam usados em benefício da população. "Está ocorrendo um desinvestimento
muito grande por parte da Petrobras, que está vendendo ativos que considera
menores e de baixa lucratividade. Estamos em um momento de desmanche. Essa é
uma das maiores empresas do mundo e estamos muito preocupados com a entrega
desse patrimônio, que prejudica os trabalhadores e uma série de investimentos
no país. Vamos entrar na Justiça para impedir a realização desse leilão e, se
preciso, vamos entrar fisicamente para impedir que esse leilão ocorra"
disse Munhoz.
Ainda de acordo com o
diretor, a greve não deverá atingir a produção de petróleo das plataformas,
embora possa comprometer o fluxo dos terminais. "Em algumas unidades de
extração de petróleo e de destilação, a gente tem condições de paralisar. Aqui
nos edifícios administrativos é mais complicado, até pela presença da direção
da empresa. Alguns terminais e plataformas estão paralisados, mas nós sabemos
que se trata de uma luta muito grande. Infelizmente, nem todos os trabalhadores
compreenderam a importância dessas reivindicações", concluiu.
A Federação Única dos
Petroleiros (FUP) informou que apresentou uma pauta de reivindicações à
Petrobras, em 6 de agosto, mas que a empresa ainda não se manifestou.
Em nota, a Agência
Nacional do Petróleo (ANP) disse que "o leilão do Campo de Libra está de
acordo com as leis. A realização da primeira rodada do pré-sal pela ANP atende
à Resolução 4, de 2013, do Conselho Nacional de Política Energética".
Até o fechamento desta
matéria, a Petrobras não havia se pronunciado sobre o assunto.
Fonte: Agencia Brasil |