Por decisão da juíza
Andrea Paula Miranda, da 2ª Vara Criminal de Salvador, as jovens Débora
Carvalho de Menezes, 19 anos, e Sendy Gabrielle Gomes, de 27 anos, foram postas
em liberdade provisória ontem à tarde. Elas estavam presas desde terça-feira,
depois de terem sido flagradas em um carro roubado durante uma blitze da PM no
Ogunjá.
Para serem soltas, elas tiveram que pagar fiança
de dois salários mínimos cada. Elas não poderão sair de Salvador sem comunicar
à Justiça e devem se apresentar a cada 30 dias para prestar informações. Depois
da prisão, segundo a polícia, várias denúncias anônimas ligaram as jovens a
acusações de tráfico de drogas e roubo.
Na manhã de ontem, foram
ouvidas pela juíza no Fórum Criminal do Tribunal de Justiça (TJ-BA), em
Sussuarana, como parte do processo de análise do pedido de prisão feito na
quinta-feira pelo Ministério Público. De acordo com a assessoria de comunicação
do TJ, a juíza decidiu ouvir pessoalmente as acusadas para analisar o
comportamento delas antes de decidir pelo relaxamento de prisão (concessão de
liberdade provisória), pedido pela defesa das acusadas ontem.
Débora e Sendy chegaram ao fórum chorando, no
final da manhã. No local, o pai de Débora, que é oficial de Justiça Federal e
não quis se identificar aguardava a chegada da filha, gritando para a imprensa
não se aproximar. O irmão dela, Dieter Carvalho, afirmava que sua
irmã "não tinha nenhum envolvimento com os crimes citados contra ela”.
Depois de serem ouvidas pela juíza, Débora e Sendy
permaneceram de cabeça baixa e coberta por casacos. Sendy chorava
descontroladamente, bem como a mãe, que acompanhou o depoimento. Após serem
ouvidas pela juíza, elas retornaram para a carceragem da Delegacia de Repressão
a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), em Brotas.
No final da tarde, elas foram soltas após a
decisão da juíza. Apesar de estarem em liberdade, às jovens continuam a ser
investigadas pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV).
O delegado titular da unidade, Marcos César
da Silva, afirmou que uma das acusações que mais chamou a atenção foi
possível envolvimento da dupla com a facção criminosa Comando da
Paz. "Elas contaram seu envolvimento com a ex-mulher de Chuck, um dos membros
da facção”, disse. O Comando da Paz é liderado pelo traficante Fagner Sousa da
Silva, o Fal. Fonte: Correio |