Apreensão de valor
equivalente a R$ 100 mil em dinheiro, entre notas de real, euro e dólar. Esse
foi o resultado da ‘Operação Bala na Agulha’, deflagrada nesta quinta-feira
(10), em Salvador, para desarticular esquema de sonegação fiscal responsável
por ocasionar prejuízos de R$ 28 milhões aos cofres públicos estaduais.
Participaram da força-tarefa as secretarias estaduais da Fazenda (Sefaz),
Segurança Pública (SSP), por meio da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a
Administração Pública (Dececap), e Ministério Público Estadual (MPE).
O grupo, liderado
por empresário e esposa, possui atividades comerciais do ramo atacadista,
distribuidor e varejista de alimentos, com predominância em doces, bombons e
balas. As principais práticas criminosas contra a ordem tributária eram a
constituição de empresas em nome de interpostas pessoas, aberturas e
fechamentos de empresas, com inclusão de sócios familiares, ‘laranjas’, ‘testa-de-ferro’
e outros artifícios.
Além disso, a
apresentação de valores de compras divergentes dos indicados por seus
fornecedores à Sefaz. Tudo isso com intenção de não pagar os tributos devidos,
no caso o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Na operação, foram cumpridos
no total três mandados de prisão e quatro de busca e apreensão, com a
finalidade de obter documentos sonegados à fiscalização, que envolvem as
empresas do esquema, e concedidas também cautelares de quebra de sigilo fiscal
e bancário.
De acordo com a
inspetora de Investigação e Pesquisa da Sefaz, Sheilla Meirelles, um dos
objetivos é ampliar as ações de combate à sonegação fiscal no estado. "A
força-tarefa continuará trabalhando para desmontar esse e qualquer outro grupo
que tente burlar o fisco. O sonegador não só deixa de contribuir como estimula
uma concorrência desleal para com as empresas que pagam seus impostos em dia”.
Denúncia - O valor do crédito já reclamado em nome
das empresas do grupo é da ordem de R$ 14,6 milhões. Destes, R$ 9,3 já estão
inscritos em dívida ativa. Os presos e todo o material apreendido foram levados
para a Dececap, localizada na Avenida Otávio
Mangabeira, no bairro de Piatã. "O Estado da Bahia tem um enorme passivo
a receber referente a impostos que não foram pagos e essas ações são
importantes também nesse sentido, de recuperar esses valores para os cofres
públicos”, disse a delegada Débora Freitas.
Conforme explicou o
promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos
Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica, as Relações de Consumo, a Economia
Popular e Conexos (Gaesf), do Ministério Público, Luís Alberto Pereira, as
investigações começaram após denúncia oferecida à Corregedoria-Regional da
Superintendência da Polícia Federal na Bahia.
"Passada essa etapa, iniciaram-se as
investigações, que desencadearam nessa operação. A ‘Bala na Agulha’ demonstra a
integração entre as instituições no combate à sonegação fiscal e à lavagem de
dinheiro e o esforço conjunto para a recuperação dos valores sonegados aos
cofres públicos”, explicou o promotor de Justiça. Para a execução da opeação
foram mobilizados 77 servidores estaduais, dos quais 22 da Sefaz e 51 da SSP,
além de quatro promotores de Justiça do Ministério Público, com a utilização de
uma frota de 13 viaturas. Fonte: SECOM |