Mais de 300 quilos do explosivo industrial Power Gel, popularmente
conhecido como dinamite, foram apreendidos durante operação conjunta das
polícias Civil e Militar para identificar pontos de armazenamento
ilegal do material, utilizado clandestinamente na prática da pesca com
bomba e, mais recentemente, em roubos a banco. Mandados de prisão e de
busca e apreensão, expedidos pelas Comarcas de Salvador e Feira de
Santana, foram cumpridos simultaneamente em várias localidades de
Salvador, Feira de Santana, Itaparica, Candeias, Simões Filho e Salinas
das Margaridas.
Os explosivos apreendidos foram apresentados à imprensa na tarde
desta segunda-feira (23) e já foi solicitada à Justiça a autorização
para destruição. Estiveram presentes à coletiva os delegados Rusdenil
Franco e Heloísa Simões, coordenadora da CFPC, o major Machado da COPPA –
PM, os representantes do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de
Meio Ambiente (CEAMA- MP), Roberto Gomes, do superintendente do Ibama,
Célio Costa Pinto e do chefe do serviço de fiscalização de produtos
controlados da 6ª Região Militar do Exército, tenente coronel Ronaldo
Oliveira Braga.
A "Operação Poseidon”, como foi batizada, foi deflagrada, na última
sexta-feira (20), e ocorreu de forma integrada com a participação da
Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA- PM), Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
Grupo de Atuação Especial de Combate as Organizações Criminosas e de
Investigações Criminais (Gaeco) e Centro de Apoio Operacional às
Promotorias de Meio Ambiente (CEAMA) do Ministério Público, Marinha e
Serviços de Inteligência e de Produtos Controlados do Exército.
Participaram ainda mais de 80 policiais civis da Coordenação de
Fiscalização de Produtos Controlados (CFPC), Grupo Avançado de Repressão
a Crimes Contra Instituições Financeiras (Garcif), Departamento de
Polícia do Interior (Depin), Departamento de Polícia Metropolitana
(Depom), Coordenação de Operações Especiais (COE), Departamento de
Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), Departamento de Narcóticos (Denarc),
Departamento de Inteligência (DIP) e Superintendência de Inteligência
(SI) da Secretaria da Segurança Pública.
Segundo o delegado da CFPC, Rusdenil Franco Lima, que coordenou a
operação, todo material apreendido – 305 quilos de emulsão, 274 metros
pavio, 30 metros de cordão detonante e 4.200 espoletas – estava
acondicionados de maneira irregular, o que aumenta significativamente o
risco de explosões. Onze pessoas foram presas e vão responder por
formação de quadrilha. Parte delas também foi indiciada por posse ilegal
de material de uso restrito, pela lei 10.826 do Estatuto do
Desarmamento e, se condenadas, podem pegar até seis anos de prisão.
Durante as investigações a polícia apurou que os explosivos
utilizados pelos pescadores têm a mesma origem dos que estão sendo
utilizados pelas quadrilhas de roubo a banco e que também parte destes
explosivos são adquiridos por empresas de mineração, da construção civil
e de prospecção de petróleo e desviados ilegalmente para outros fins.
As investigações devem prosseguir para identificar de onde o material
está sendo desviado. Fonte: SSP/Ba
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