Os petroleiros suspenderam a greve um dia
após o início do movimento. O fato ocorreu devido a imposição de multa
diária de R$ 2 milhões e a criminalização do movimento. "O TST joga o
jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas
diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da
criminalização do movimento”, diz um trecho da nota da Federação Única
dos Petroleiros (FUP ). A FUP afirma se tratar de "um recuo momentâneo e
necessário” para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi
aprovada nacionalmente pela categoria. "Essa grave violação dos
direitos sindicais será amplamente denunciada”, promete a entidade.
"O
representante da Shell que o mercado colocou no Conselho de
Administração da empresa já caiu. O próximo será Pedro Parente”,
comemora em outro trecho a FUP.
Leia a íntegra da nota da FUP:
"Não nos calarão.
Os
petroleiros novamente deixam sua marca na defesa da soberania. A luta
contra a privatização da Petrobrás ganhou a sociedade. A categoria
colocou em debate os interesses que pautam a política de preços dos
combustíveis, deixando claro o projeto da gestão Pedro Parente de
sacrificar o povo brasileiro e a soberania do país para cumprir os
ditames do mercado financeiro e das grandes corporações internacionais.
Antes
do protesto legítimo dos caminhoneiros contra os preços abusivos do
diesel, a FUP e seus sindicatos já haviam aprovado uma greve nacional
para deter a escalada descontrolada de aumentos do gás de cozinha e dos
derivados, cobrando a retomada da produção a plena carga das refinarias e
o fim das importações de derivados.
Diante da situação caótica em
que se encontra o país, desgovernado e refém das imposições do mercado
que manda e desmanda na Petrobrás, uma empresa que é estratégica para a
nação, os petroleiros não poderiam se omitir. E, como em outros momentos
da história, se levantaram e enfrentaram os desmandos do Tribunal
Superior do Trabalho, que mesmo ciente de que a greve de advertência da
categoria não causaria riscos de desabastecimento, tomou a decisão
arbitrária e política de decretar a ilegalidade do movimento, assumindo o
golpe e agindo como um tribunal do capital.
Os petroleiros não
recuaram e seguiram em frente, ganhando a solidariedade dos movimentos
sociais e de várias outras categorias, dentro e fora do país. A
população veio junto e apoiou a greve, pois sofre os efeitos do desmonte
da Petrobrás, que vão muito além da disparada dos preços do gás de
cozinha e dos combustíveis. A privatização conduzida por Pedro Parente,
os desinvestimentos, a transferência para a Ásia das encomendas de
plataformas e navios desmontaram a indústria nacional, aumentaram o
desemprego em massa e fizeram o PIB despencar.
O TST joga o jogo
do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas
diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da
criminalização do movimento. O tribunal cobrou da Polícia Federal
investigação das entidades sindicais e dos trabalhadores, em caso de
desobediência. Essa multa abusiva e extorsiva jamais seria aplicada
contra os empresários que submetem o país a locautes para se
beneficiarem política e economicamente. Jamais seria imposta aos
empresários que entregam patrimônios públicos, aos que destroem empregos
e violam direitos dos trabalhadores.
A decisão do TST é
claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e
sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a
greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por
tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Essa
grave violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada.
Estamos
diante de mais um desdobramento do golpe que fragiliza cada vez mais as
instituições e o Estado Democrático de Direito. O enfrentamento é de
classe e precisa da união de toda a sociedade.
A pauta pela
mudança da política de preços da Petrobrás é de todos os brasileiros,
pois diz respeito à luta histórica contra a exploração do país, que
desde os tempos de colônia vem tendo seus bens minerais espoliados pelas
nações imperialistas. É assim que ocorre ainda hoje com o nosso
petróleo. E por isso, a população está pagando preços absurdos pelo gás
de cozinha e pelos combustíveis.
Os petroleiros saem da greve de
cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao
desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão
da Petrobrás. O representante da Shell que o mercado colocou no Conselho
de Administração da empresa já caiu. O próximo será Pedro Parente.
Sigamos em frente, pois a defesa da Petrobrás é a defesa do Brasil.
FUP"
Fonte: Bocão News