
O protesto, que começou às 5h e terminou por volta
das 8h, foi por conta de uma multa de R$ 2.800 aplicados pela Agiria, por meio
de uma lei aprovada na Assembléia Legislativa da Bahia, que também inclui os
nomes dos motoristas de ligeirinhos nos serviços de proteção ao crédito, SPC e
Serasa, caso eles sejam flagrados atuando na informalidade.
Um dos manifestantes, Júlio Gomes, justificou o
trabalho dos ligeirinhos afirmando que as empresas de ônibus intermunicipais
não atendem adequadamente as comunidades. Ele acusou ainda os deputados
estaduais Zé Neto e Carlos Geilson de perseguição contra esses
motoristas.
"Nós são somos trabalhadores clandestinos, nós
temos direito pela constituição de fazer o trabalho autônomo, porque hoje em
dia o país não tá dando condição de todo mundo trabalhar de carteira assinada,
e nós vamos continuar prestando nosso serviço”, declarou.
Em contato com o Acorda Cidade, o deputado Zé Neto,
líder do governo na Assembleia Legislativa, afirmou que não existe até o
momento nenhuma lei regulamentando os veículos que fazem ligeirinhos, mas sim a
que regulamenta os transportes alternativos de vans.
Ainda de acordo com Zé Neto, a lei que impõe multa
para os veículos irregulares foi elaborada juntamente com cerca de cinquenta
representantes, e teve a aprovação de todos os deputados na época, porque era
algo de interesse dos condutores de vans.
"Depois de tudo pronto, os donos de ônibus, através
da federação, conseguiram uma liminar e suspenderam a execução da Lei. Passamos
um ano negociando, essa semana nós tivemos uma reunião com a doutora Rita
Tourinho, do Ministério Público, e fechamos um acordo para suspender a liminar
e hoje às três da tarde vamos ter uma reunião, que vai bater o martelo para
retomar 86 licitações. Essas licitações vieram das reivindicações dos donos de
vans que há mais de quarenta anos fazem esse trabalho”, explicou Zé Neto.
O deputado estadual Carlos Geilson também se
defendeu das acusações. Segundo ele, no ano em que a lei foi aprovada ele ainda
não era deputado. "Esse pessoal esteve em uma audiência pública, gente de
Eunápolis, Teixeira de Freitas, e inclusive eu fui um dos que discursaram
prestando apoio a eles. E eu não era nem deputado, e me acusam de ter votado
numa multa quando eu não era nem parlamentar ainda. Então só aí se desfaz a
mentira”, disparou. Fonte: Acorda Cidade |