Após entregar a filha adotiva de dois anos à equipe do Conselho Tutelar de Indaiatuba (a 107 km de São Paulo), para reencontro com a mãe biológica Silvânia Maria Mota da Silva, 25 anos, de Monte Santo, Letícia Cristina Fernandes fez protesto, nesta terça-feira, 4, em frente ao Fórum da cidade. A criança que estava com ela e dois irmãos, de 3 e 4 anos, que viviam com outra família, foram levados à sede da SOS Criança, na capital paulista, onde Silvânia já havia reencontrado, nesta segunda-feira, outros dois filhos que lhe foram retirados.
A mãe adotiva reclama que não roubou ninguém e que a criança chegou a ela com ferimentos na cabeça. No protesto, abriu uma pasta com fotos que teria feito na ocasião da chegada da menina, para registrar o estado em que a recebeu. Letícia informou que fez tudo dentro da lei e que viajou à Bahia em duas ocasiões, para levar documentos e conhecer o juiz e a promotora. A mãe adotiva contou com o apoio de um grupo de mulheres em seu protesto. Elas alegaram que os filhos de Silvânia viveriam melhores com as famílias paulistas. A advogada Lenora Panzetti, que representa as famílias paulistas que tinham a guarda das crianças, disse que está encontrando dificuldades para impetrar recurso na tentativa de reverter a decisão judicial. "O juiz Cappio deu carga no processo e não o devolveu. Precisamos ter acesso aos autos do processo para autenticar nosso pedido de recurso. O direito de defesa está sendo cerceado, mas faremos tudo o que tiver que ser feito”, reclamou Lenora.
A advogada relatou que as crianças não reagiram bem ao afastamento dos lares provisórios. "A reação foi a pior possível. As crianças choraram bastante. Os mais novos não têm a menor noção do que está acontecendo. Os mais velhos frequentavam a escola e, de repente, o juiz não avalia o lado psicológico nem se preocupa com o fato de eles poderem terminar o ano letivo”.EPTV CAMPINAS. Fonte: Espaçoaberto.com |