Os médicos do Hospital Espanhol paralisaram as atividades por tempo indeterminado nesta sexta-feira, 15, em protesto contra a atual situação da unidade médica. Entre os principais problemas apontados pela categoria estão o atraso no pagamento dos salários e a falta de medicamentos e materiais.
A decisão foi tomada na noite desta quinta, 14, por unanimidade, durante uma assembleia realizada no anfiteatro do hospital. Todos os mais de 300 médicos da unidade aderiram à paralisação.
"O hospital está à deriva. Na condição em que se envolveu, passou a ter uma gestão própria e outra da Secretária de Saúde do Estado (Sesab). Mas há um desencontro e um certo conflito, e nisso não houve mudança nenhuma. Poderia dizer até que a situação piorou, beira o caos", enfatiza Francisco Magalhães, presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed).
Segundo ele, a direção do hospital solicitou um prazo maior para o início da paralisação, que não foi aceito pelos profissionais. Por conta disto, a unidade não está atendendo novos pacientes, apenas os que já estão internados. São cerca de 60 pacientes, que podem ser transferidos para outras unidades.
"Esta paralisação servirá também para não colocar a vida dos pacientes em risco", ressalta o presidente do sindicato.
As dificuldades se estendem para todos os setores e profissionais do hospital, com o anúncio de cerca de 600 demissões de funcionários das áreas administrativa e técnica, como noticiou o Portal A TARDE no dia 7 de agosto.
A reportagem entrou em contato com a Sesab que, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou não ter informações sobre a situação do hospital. Já a diretoria do Espanhol não foi encontrada no início da manhã para explicar o funcionamento da unidade.
Fonte: A tarde |