Pelo quinto ano seguido a brasileira Marta foi escolhida a melhor
jogadora do mundo. Em evento realizado nesta segunda-feira, em Zurique,
na Suíça, ela superou as alemãs Birgit Prinz e Fatmire Bajramaj (sérvia
naturalizada) e se consolidou como a jogadora que mais vezes ganhou o
premio, inclusive entre os homens. No masculino os maiores vencedores,
Zidane e Ronaldo, têm três conquistas. Pela primeira vez a Fifa e a
revista "France Football” uniram o prêmio, que passou a se chamar "Bola
de Ouro da Fifa”.
"Alguém chegou para mim e falou que eu teria que chorar porque senão a
emoção não seria a mesma. E estou eu aqui chorando de novo. Foi um ano
muito especial porque consegui títulos importantes pelo times que
passei, não joguei só em um, e por ter sido escolhida embaixadora da
ONU (Organização das Nações Unidas)”, disse Marta, emocionada. A
brasileira teve 38,2%, contra 15,9% de Prinz e 9,9% de Bajramaj (as
demais votadas não foram divulgadas). Ela venceu em todas as categorias
de votantes - jornalistas (13,25%), capitãs (12,62%) e treinadores
(12,3%). A Fifa divulgou que Jorge Luiz Rodrigues, técnico da seleção
brasileira feminina, votou em Marta, apesar de a entidade vetar que se
escolha atletas do mesmo país.
Com 24 anos, Marta se consolidou ao jogar no futebol sueco, no Umea,
por quatro anos (de 2004 a 2008), mas a decisão de jogar na liga
norte-americana já a fez passar por algumas equipes (Los Angeles Sol,
que encerrou as atividades em janeiro de 2010, e Gold Pride, de Santa
Clara) e dois empréstimos ao Santos, o último para o início de 2011.
Apesar de se declarar corintiana (Marta é natural de Dois Riachos, em
Alagoas), ela conquistou a Copa do Brasil e a Libertadores feminina
pelo Santos em 2009.
No currículo de Marta, falta um título importante com a seleção
brasileira. Apesar de ter impressionante marca de 56 gols em 55
partidas, mais de um por partida, mas que não resultaram em títulos
importantes. Foram duas medalhas de prata nos Jogos Olímpicos (2004 em
Atenas e 2008 em Pequim) e o vice-campeonato mundial em 2007, ao perder
a decisão para a Alemanha.
A alemã Prinz, derrotada por Marta nos cinco anos que a brasileira
venceu, criticou antes da escolha o critério utilizado para a escolha
das finalistas e, claro, da vencedora. O voto das técnicas, capitãs e
jornalistas, segundo ela, é feito sem um conhecimento específico de
todas as competições e sempre as mesmas são votadas. Prinz acha, por
exemplo, que não merecia estar entre as finalistas. |