Nesta
sexta-feira, 15, o Jornal da Metrópole divulgou mais uma matéria, dessa vez
sobre a atuação do Ministério Público no caso denunciado pelo Jornal no dia 01
de março. O jornal coloca em letras garrafais "ACORDO INVESTIGADO" e
continua dizendo que o MP pediu extinção de contrato entre prefeita de
Maragojipe e escritório de filho de padrinho político.
Denunciada pelo Jornal da
Metrópole de 1º/3, a prefeita de Maragojipe, Vera da Saúde, agora está sob a
mira do Ministério Público do Estado (MP-BA), que investiga as irregularidades
praticadas em sua gestão de apenas dois meses e 15 dias.
A prefeita é suspeita de
improbidade administrativa por assinar contrato de 12 meses com dispensa de
licitação no valor de R$ 216 mil com o escritório de advocacia Lomanto, Brito
& Machado Neto. Responsável pela assessoria jurídica da prefeitura, o
escritório tem como um dos sócios o advogado Targino Machado Pedreira Neto,
filho do deputado Targino Machado, padrinho político da campanha da prefeita.
Após tomar conhecimento do caso, o
MP encaminhou um documento de recomendação para o cancelamento imediato do
contrato com o escritório de advocacia. Caso a prefeita insista em continuar
vinculada ao Lomanto, Brito & Machado Neto advogados, o MP instaurará um
inquérito civil e uma Ação Civil Pública (ACP).
Vera da Saúde recebeu, na semana
passada, a recomendação de cancelamento do acordo com o escritório de
advocacia, e o prazo para a extinção do contrato expirou na última quinta (14).
De acordo com a promotora do MP no município, Neide Reimão, a ação civil
pública e o inquérito civil contra a prefeitura já estão sendo preparados.
"Aquele contrato é uma vergonha.
Aquilo é uma falta até de trato com a administração pública, quando se contrata
naquelas bases. Eu recomendo que aquele contrato seja cancelado. Mas as
investigações continuam. Se você deixa que o contrato fique vigorando, mês a
mês, quem perde é a própria cidade. Enquanto o promotor não entrar com a
medida, o município está pagando. Por isso a recomendação é cancelar para
evitar essa sangria nos cofres públicos”, disse.
Após a denúncia do Jornal da
Metrópole, a prefeitura de Maragojipe publicou uma errata no Diário Oficial do
Município. Na publicação, o valor do contrato com o Lomanto Brita & Machado
Neto é alterado de R$ 216 mil para R$ 180 mil.
A promotora confirma a
irregularidade. "O que se sabe é que o escritório foi escolhido porque há um
interesse pessoal e subjetivo”, diz.
"Se o deputado [Targino Machado]
ajudou a gestora na campanha e ele é uma figura vista na cidade, inclusive com
intromissão na administração pública, não pode ser mera coincidência esse
escritório, dentre tantos outros que existem no nosso estado, ser o escolhido.
Não existe isso”, conclui. Fonte: Midia Recôncavo |