A frieza no olhar de José Rafael Bahia Forte impressiona até os
policiais. De cabeça erguida, esboçando sorriso e com o semblante
tranquilo, o jovem criado em berço de ouro não demonstrou preocupação ao
ser apresentado à imprensa na manhã desta quarta-feira (25), em
Salvador. "Talvez seja o fato de vários advogados já terem comparecido
na delegacia para acompanhar o caso dele”, conta o delegado titula da
34ª Delegacia Territorial (DT/Portão), Cláudio Meirelles.
Rafael é apontado pela polícia como o líder da quadrilha de playboys que
aterrorizava os moradores do condomínio de classe média alta Encontro
das Águas, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador
(RMS). Outros três comparsas identificados como Rafael Brandão dos
Santos, o 'Rafaelzinho', Marcos Felipe de Jesus, o "Lacerda” e Igor dos
Santos Lobo – um pouco mais preocupados - também foram presos.
Em depoimento, o grupo assume que não precisava roubar para sobreviver,
mas cometia os crimes para esbanjar em festas. "Eles contam que tem tudo
o que querem e precisam. Falam claramente que era uma diversão. Só para
ostentar em seu grupo social”, conta a delegada adjunta da 34ª DT,
Maria Danielle. Segundo a delegada, Rafael contou que em uma única noite
gastou R$ 15 mil em bebidas. "Ele roubava sempre na sexta-feira para
poder curtir no final de semana. Era frequentador das mais
badaladas boates da capital baiana”, revela.
A quadrilha é acusada de render e roubar, pelo menos, nove moradores do
Encontro das Águas. "Os pais de Rafael são moradores do condomínio e por
ter essa facilidade de circular dentro do espaço ele não levantava
suspeita”, afirma o delegado-chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge.
Os acusados foram presos em flagrante na terça-feira (24) durante a
Operação Encontro das Águas. Segundo informações da polícia Rafael
Bahia morava na casa de uma tia no bairro da Ribeira, local onde foi
preso. Na residência a polícia encontrou parte dos objetos roubados.
Rafael, Marcos e Filipe foram surpreendidos no bairro de Itapuã. "A
prisão é fruto de um trabalho de investigação que durou nove meses”.
Desde o primeiro registro – em novembro de 2011 – foram contabilizados
dez ações semelhantes, todas atribuídas ao grupo”, conta Cláudio
Meirelles.
Os rapazes são acusados de participar de uma quadrilha de roubo de
carro. "Os advogados estão trabalhando para tirar todos, mas estamos
trabalhando para deixar todos presos. Uma luta diária que hoje estamos
apresentando o resultado”, conclui o delegado. Todos os jovens são de
classe média alta.
A operação foi uma ação conjunta entre agentes da 34ª DT e Departamento
de Polícia Metropolitana (Depom), coordenada pelos delegados Cláudio
Meirelles e Heloísa Brito. Todos estão à disposição da justiça e seguem
presos na carceragem da 34ª delegacia, em Portão.
Fonte: Bocãonews
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